sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Janelas do tempo

"A composição deve ser uma de nossas preocupações constantes, até nos encontrarmos prestes a tirar uma fotografia; e então, devemos ceder lugar à sensibilidade" .
Henri Cartier-Bresson

Caminhando pelas ruas de Santa Rita do Araguaia-GO, observei os diversos contrastes, dentre os quais o antigo e o moderno. Para capturar essa oposição, escolhi um único objeto, em três momentos distintos, uma janela antiga, uma velha e uma moderna.

A primeira fotografia é de uma janela antiga, construída em madeira, sem pintura. A foto retrata o contraste entre o novo e o velho, uma casa antiga e um jovem morador na janela, com olhar disperso ao longe, pensativo. A foto foi tirada utilizando a técnica do contra mergulho, ou seja, a câmera foi colocada em um ângulo inferior ao assunto, o que criou uma sensação de poder, força e grandeza por parte do objeto fotografado.


A segunda imagem é de uma janela velha de ferro, com a pintura gasta pelo tempo. A foto foi tirada com a câmara numa posição média em relação ao objeto. Nesta foto utilizamos uma moldura feita pelas folhas e flores de uma planta que fica na calçada da rua. Esta foto é constituída de formas e luz que conduzem o olho ao objeto fotografado.


A última fotografia retrata o moderno, uma janela toda em vidro. A foto foi tirada do espelho retrovisor de uma motocicleta estacionada na rua. O retrovisor é utilizado como uma moldura, que dá ênfase ao objeto e torna o ambiente mais moderno.


Todas as fotos capturadas apresentam uma particularidade, ou seja, detalhes nas formas geométricas que mudaram com o decorrer do tempo. Nem por isso, deixaram de ser uma simples janela. Mesmo com o desenvolvimento dos materiais (madeira - ferro - vidro) que constituem o objeto janela, ela não perdeu sua utilidade. Em todas as fotografias, na antiga, na velha e na moderna, lá estavam as pessoas debruçadas em seus parapeitos, a pensar, passar o tempo e a observar o vai e vem das ruas.

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