sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Professores de jornalismo lançam 2º livro


O último dia do III Simpósio de jornalismo de Alto Araguaia ficou marcado com a noite de autógrafos. Na sexta-feira 31, professores vinculados ao departamento de comunicação social da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) lançaram seu segundo livro.

A obra se apresenta com o sugestivo título Ver e entrever a comunicação. Contém 13 textos e sua temática trata dos novos paradigmas da sociedade contemporânea. Uma leitura mais atenta permite identificar eixos temáticos que traduzem preocupações ricas e diversificadas, marcadas pela interdisciplinaridade própria dos estudos comunicacionais, e que se voltam para áreas ao mesmo tempo especificas e abragentes como conhecimento, o poder, a cultura, as identidades, o jornalismo sob novas práticas, as organizações, o digital, o discurso, as narrativas, a construção de sentidos e a história.

Para o jornalista João José Azevedo Curvello, que assina a orelha do livro, está coletânea se insere, desde já, entre as novas referências obrigatórias para estudantes de Comunicação e de todas as demais áreas das Ciências Sociais Aplicadas e das Ciências Humanas.

Torcedores como eleitores: Marketing e política entram em campo para ganhar



Na era de espetáculos, o esporte pode ser considerado um grande instrumento de transformação social, em plena revolução dos conceitos de riqueza e poder. A informação, a estética e os símbolos, usados sob determinada maneira, podem valer muito. As instituições que tiverem consciência desse poder terão oportunidades de promoção, crescimento e "confiança" do público.

A prefeitura de Alto Araguaia-MT sabe disso e utilizou no momento certo (ano eleitoral) estratégias bem sucedidas de marketing por meio do patrocínio da equipe de futebol Araguaia Atlético Clube.

Este foi o assunto que discutimos em nossa comunicação na penultima noite do III Simpósio de Jornalismo. Para saber mais gutthera@hotmail.com

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

CERTIDÃO DE NASCIMENTO


Como se aprende a ser jornalista? Provavelmente, muitos profissionais e professores de Jornalismo responderiam que se aprende “fazendo jornalismo”. Nesse contexto, os veículos laboratoriais tornaram-se, ao longo dos anos, o espaço de prática jornalística por excelência do acadêmico que almeja o título de Jornalista.

Durante a disciplina de Reportagem e Redação II, no quarto semestre de jornalismo, em 2007, frente a muitos desafios a serem vencidos ao longo do curso, houve momentos em que os alunos começaram a se “sentir jornalistas” . Um desses momentos veio com a proposta do professor Roberto Reis de Oliveira de criar um jornal laboratório.

Para desenvolver as atividades, os grupos de alunos foram estimulados a sugerir nome, proposta editorial, periodicidade, formato e o conteúdo do jornal. Esse impresso seria o resultado da coleta das idéias dos acadêmicos do quarto semestre do curso. Formados por três discentes cada, os grupos trouxeram várias idéias: Unemat em Foco, Lado B, Provocação, Três divisas, Quero-quero, Sem Fronteiras.

Dentre as sugestões, foi escolhido através de uma votação, o nome Provocação. O nome foi dividido ao meio para dar um sentido ambíguo, que viesse ao encontro da proposta editorial. Em um primeiro momento, a leitura permitida da palavra Provocação, tem o sentido literal de “provocar, incitar e importunar”. Num segundo momento, tomando a palavra separadamente (Provoc – Ação), vem à tona o sentido de provocar mudanças no âmbito pessoal e social.

Proposta editorial definida: informar e despertar consciência crítica para que se possa cumprir o papel social relevante de contribuir na formação de novos jornalistas. Conteúdos: sem cadernos fixos, mas integrado por variedades com charges, reportagens, artigos, crônicas, curiosidades e calendários de eventos.

Partindo do princípio de que seria a opção economicamente viável, na opinião do professor, foi estabelecido uma periodicidade mensal e o formato: tablóide europeu (o termo tablóide designa um formato de jornal surgido em meados do século XX, no qual cada página mede aproximadamente a metade do tamanho de um jornal standard).

O leiaute do jornal foi definido em reunião entre alunos do quarto semestre e o professor Aroldo Abreu, responsável pelo design.

Após a definição dessas etapas, cada aluno “vestiu a camisa de foca” e escolheu uma pauta para desenvolver uma reportagem. As que tinham semelhança foram discutidas entre os alunos para a troca de sugestões e equalização das informações.

Essas reportagens ficaram guardadas com o professor Roberto Reis por um semestre até o início da disciplina de Planejamento Gráfico I, no quinto semestre, quando o professor Alfredo Costa sugeriu direcionar a disciplina para retomar o projeto do jornal laboratório, conforme previsto na Ementa da disciplina, unindo esforços com o jornal Mural “O Paredão”, tornando-o mais um veículo de comunicação da Focagen - Agência Júnior de Jornalismo Unemat - Campus Universitário de Alto Araguaia.

Este é, portanto, o registro do nascimento do “ProvocAção”, jornal laboratório que tem como objetivo contribuir para formar jornalistas no “fazer jornalístico”.


quarta-feira, 22 de outubro de 2008


Acabei de ler Comunicação Brasileira no século XXI – Intercom: Ação, Reflexão. Esta é uma leitura obrigatória para os estudantes e pesquisadores da área de Comunicação Social. A obra organizada por J. B. Pinho é o segundo volume da coleção Verde-Amarela. Ela comemora os trinta anos da Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Para isso, ele pensou nas tendências e aspectos principais do processo comunicacional estudadas ao longo das três décadas da intercom e fez uma coletânea, com autores associados, e demonstrou de maneira objetiva o que esteve na “mira” dos pesquisadores da área nessas três décadas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A cara nova da velha pirataria


Por: Gutemberg Bezerra; Ivon Ribeiro e Jairo Plateiro.

No início do século XX, piratas cruzavam os mares com a finalidade de saquear navios e cidades para conquistarem fortunas. Com interesse em tudo que pudesse gerar lucro fácil, atuavam em rotas comerciais e muitas vezes, faziam reféns para pedirem resgates.

No século XXI, os mares ainda servem como rotas para o crime, pelo difícil controle das águas. Entretanto, mesmo sem o tapa olho, papagaio e caveira, símbolos da pirataria, ela atingiu grandes proporções em diversos segmentos da indústria de bens de consumo: mídias, roupas, calçados, brinquedos, bebidas e remédios são vendidos principalmente no mercado informal.

“Se não estivesse trabalhando aqui, provavelmente estaria em casa, fazendo nada!”, a afirmação é de G. C. P., 16 anos, estudante da 8ª série na Escola Estadual Carlos Hugney. Há cinco anos funcionário de uma locadora em Santa Rita do Araguaia – GO. Assim como para ele, o mercado informal gera milhões de empregos em todo o país.

Thiago Garcia Damasceno, 30 anos, delegado, afirma que “Defender direitos autorais, é a menor das preocupações da Polícia Civil. Às vezes as pessoas não enxergam tão longe. O crime não é só o simples fato de vender CDs e DVDs piratas, tem uma ramificação muito maior, nisso estão envolvidas grandes quadrilhas, crime organizado. Depois a gente vê nossas famílias violentadas por quadrilhas e não entende que indiretamente nós estamos sustentando isso! Um filho que consome drogas, o comprador de DVDs e CDs piratas sustentam essas quadrilhas.”

A mídia da maior destaque a penetração de discos piratas no comércio, entretanto, não é no mercado fonográfico que a pirataria provoca maior estrago. No segmento farmacêutico, além do prejuízo comercial, a questão atinge a saúde do consumidor, podendo levá-lo à problemas mais graves, e conseqüentemente a morte. Em um fórum realizado pela Pfizer (maior fabricante de remédios do mundo) e pelo diário econômico de Portugal, apresentaram números sobre falsificação de medicamentos, garantindo que 10% dos remédios que circulam em todo o mundo são falsos, e metade destes vendidos através da Internet.

Mas esta é apenas a ponta do problema, sua dimensão tem maior profundidade e complexidades específicas em cada área. A falsificação de remédios, segundo Damasceno: “É um crime totalmente diferente, muito mais grave, um crime hediondo, contra a saúde pública, que lesam muito mais pessoas do que a comercialização de CDs e DVDs piratas.”

Com 60 anos de profissão, Alfredo Silva, 75, afirma que o problema é mais antigo do que se pode imaginar “Faz tempo que começou... desde que começou a farmácia! Quando nós manipulávamos, aquele eu tinha certeza do que tinha lá dentro. Agora!?”

Mera coincidencia ou marketing político



Qual é o perfil profissional do assessor político. Com base no Artigo - Marketing Político: Um mal necessário? E o filme Mera Coincidência, do diretor Barry Levinson fiz uma análise sobre o tema. O filme é uma sátira ao mundo da política e do show business, mostra em tom irônico toda a manipulação feita pela mídia e sua influência sobre o público. Apresenta como a assessoria de imprensa de um presidente norte-americano consegue driblar a mídia e tirar o foco de um fato verídico (escândalo sexual envolvendo o chefe de estado, candidato a reeleição, as vésperas do pleito eleitoral) para uma notícia inventada (guerra contra Albânia). No intuito de alcançar seus objetivos, os assessores de imprensa da presidência fazem um cuidadoso plano: um verdadeiro “esquema” antiético, baseado em mentiras e fantasias.

Para definirem Marketing político as autoras do artigo, Fernanda Lima e Cliciane de Jesus Salin, citam Rubens Figueiredo - marketing político é todo o conjunto de técnicas que têm por objetivo adequar um candidato, procurando fazê-lo conhecido do maior número de eleitores, mostrando-o diferente de seus adversários, ou seja, visa garantir a maior adesão possível a uma idéia ou causa.

O marketing político e eleitoral transformou-se em um instrumento indispensável para as campanhas políticas e os mandatos. Segundo o artigo o discurso político tem se assemelhado cada vez mais ao discurso publicitário: seduz e convence o eleitor. As campanhas têm mais o caráter emocional que ideológico, com apelo até para as esperanças. Estes são artifícios utilizados pelos protagonistas do filme. Eles apelam para emoção, o sentimento de patriotismo do povo americano. O presidente é o único que pode assegurar o modo de vida americano. Afinal “não se troca de cavalo na correnteza”.

No filme os assessores de imprensa não são profissionais que se pautam pela ética. O que vale é a defesa do acessorado, a todo custo, até da vida de um ser humano. No entanto mesmo utilizando técnicas desabonadoras eticamente, os protagonistas usam procedimentos interessantes de persuação e convencimento do público, que podem ser assimiladas e utilizadas na vida real. Temos como exemplo, que para chamar a atenção da imprensa, os assessores jogam a isca e utilizam a estratégia de negar o fato. “bombardeiro 3B, que bombardeiro 3b”. Isso atraia a imprensa e a deixa a merce da manipulação dos assessores do governo.

Percebe-se, portanto, através deste filme, o quanto a imagem de um homem público ou de uma instituição como a Presidência da República é importante e precisa ser construída positivamente. Mesmo que para isto seja necessário falta de ética, uso de mentiras, e da máquina pública para financiar todo esse processo. Observa-se ainda, como a opinião pública e a mídia podem ser manipuladas e, esta última, por sua vez, sustenta um verdadeiro simulacro diante da realidade. No texto temos a imagem do atual presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. O marqueteiro Duda Mendonça mudou a figura de um candidato de barba mal cuidada, aspecto desleixado e fala grosseira. E o transformou em um homem fino, de ternos elegantes e fala mansa. E ao contrario de sua primeira campanha, ao final lula foi eleito com a maioria dos votos.

Na atualidade não existem mais processos eleitorais sem as técnicas de marketing e pesquisas de opinião. Não se faz o debate de propostas. Não vence o melhor candidato, mas sim o que tem o melhor assessor de imprensa e marketing. Então devemos entrar no mercado profissional conscientes de que vamos enfrentar: a concorrência desleal, a falta de ética e a vaidade de todos os lados na busca pelo poder. Então devemos estar preparados para enfrentar e se necessário “matar um leão por dia”. E a arma já nos foi apresentada: a argumentação.

Diga não ao aborto


“Uma vez que uma mulher se torna mãe, ela será sempre mãe, tenha ou não nascido o seu filho. O filho morto fará parte da sua vida por mais longa que ela seja. O aborto não é definitivamente uma "solução fácil" para um grave problema, mas um ato agressivo que terá repercussões contínuas na vida da mulher.” (texto retirado do site www. aborto.aaldeia.net)


O aborto provocado pode ser descrito como a morte prematura medicamente induzida de um embrião ou um feto no útero materno. Vários métodos podem ser utilizados para atingir este fim. Na primeira semana de gestação existem os micro-abortos causados por algumas substâncias químicas (alguns contraceptivos) e alguns aparelhos intra-uterinos. Após a implantação do ovo ou zigoto no útero existem os abortos não-cirúrgicos induzidos por drogas como o RU-486, metotrexato e a prostaglandina. Ainda durante o primeiro trimestre recorre-se aos abortos cirúrgicos como a Sucção e a Dilatação e Curetagem. No segundo e terceiro trimestre recorre-se à Dilatação e Extração, injeção salina, injecção intra-cardíaca e aos abortos de nascimento parcial.

A biologia diz que a vida começa na concepção, ela é continua quer intra ou extra-uterina até a morte. É o que afirma a embriologia, genética ou medicina fetal.
Então se a vida começa na concepção significa que provocar um aborto é matar alguém. Esse fato biológico não pode servir a interesses sociológicos, econômicos ou políticos. Porque o que está em jogo é a vida de um ser humano.

Em conclusão, dos dados da biologia até hoje disponíveis evidencia-se que o zigoto ou embrião unicelular se constitui como uma nova individualidade biológica já na fusão dos dois gametas, momento de ruptura entre a existência dos gametas e a formação do novo individuo humano. Desde a formação do zigoto se assiste a um constante e gradual desenvolvimento do novo organismo humano que evoluirá no espaço e no tempo seguindo uma orientação precisa sob o controle do novo genoma já ativo no estágio pronuclear (fase precoce do embrião unicelular).” (doutora Anna Giuli, bióloga molecular).

Este recorte acima da fala da doutora Giuli, bióloga molecular, comprova que o feto é um ser independente. Durante a gestação, o agente passivo é a mãe. E o agente ativo é o feto. Se não fosse a placenta, o corpo da mulher colocava o feto para fora. Ele não é prolongamento do corpo da mulher. Ele que regula o liquido amniótico. Faz cessar os períodos da mãe. E em última instância diz à hora de sair. Então a mãe tem o direito de escolher entre a vida ou morte desse ser indefeso?

Os defensores da legalização do aborto utilizam de dados minoritários para tentarem convencerem as pessoas. Um exemplo são as mulheres vitimas de estupro. Neste caso, utilizam um argumento para haver comoção social, porque todos abominam o estupro. Um estudo feito nos EUA, onde o aborto e liberado, determinou que registraram somente 0,6% de gravidez em 2190 vítimas de estupro. Em uma série de 3.500 casos de violação em 10 anos no Hospital São Paulo de Minneapolis, não houve um só caso de gravidez. Apresentar o aborto como uma "solução" é dizer que um veneno deve ser combatido aplicando-se outro.

Procurar uma legislação baseada em uma exceção em vez de uma regra é totalmente irracional desde o ponto de vista jurídico. É óbvio que o espantoso crime da violação é utilizado para sensibilizar o público a favor do aborto, ao apresentar o fruto inocente de uma possível concepção brutal como um agressor.

Certa vez o pastor Silas Malafaia, convidado pela rede de televisão Band a participar de uma discussão sobre aborto no programa Canal Livre. Foi lhe perguntado: Há exceções que você aprove o aborto? Ele respondeu que não. E disse: Sabe qual a diferença, entre eu, você e o óvulo fecundado. O tempo e a nutrição. É a única diferença. Eu tenho quarenta e nove anos, ele um dia um mês. Eu como arroz e feijão ele este em perfeita simbiose com a mãe. E o pastor foi além: “Deixa a criança nascer, dá um porrete para a mãe e diz: Mata minha filha. O ser humano esconde suas mazelas. E diz: aquilo que eu não vejo eu não sou responsável. É responsável sim.”

Outro fator minoritário, mas que é amplamente utilizado para defesa do aborto é quando o nascimento oferece riscos para a vida da mãe. Aqui se muda a ótica, afinal não é mais uma escolha de morte e sim de vida. E uma escolha difícil e geralmente escolhe o ser que está inserido socialmente – a mãe. No entanto, atualmente a ciência médica garante que praticamente não há circunstâncias em que se deva optar entre a vida da mãe ou do filho. Por outro lado, o código de ética médica afirma que em caso de complicações na gravidez devem ser feitos os esforços proporcionados para salvar a mãe e filho e nunca ter como saída a morte premeditada de um deles.

É necessário eliminar uma criança com deficiências porque ele sofrerá muito e ocasionará sofrimentos e gastos para os pais? Este princípio é baseado no falso postulado de que "os lindos e saudáveis" são os que devem estabelecer o critério de valor de quanto vale uma vida ou não. Com este critério, teríamos motivo suficiente para matar os deficientes já nascidos.

E quem pode afirmar que os deficientes não desejam viver? Uma das manifestações contra o aborto mais impressionantes no estado norte americano da Califórnia foi a realizada por um numeroso grupo de deficientes reunidos sob um grande cartaz: "Obrigado mamãe porque não me abortar" . O Dr. Paul Cameron demonstrou perante a Academia de Psicólogos Americano que não há diferença entre as pessoas normais e anormais no que concerne a satisfação da vida, atitude perante o futuro e vulnerabilidade à frustração. "Dizer que estas crianças desfrutariam menos da vida é uma opinião que carece de apoio empírico e teórico", diz o especialista. Inclusive são numerosos os testemunhos dos pais de crianças deficientes físicos ou mentais que manifestam o amor e a alegria que esses filhos lhes proporcionaram.

Os prós aborto pegam um dado (mulheres abortando). E dizem vamos legalizar porque essas meninas não vão mais sofrer. Isso não é verdade elas vão padecer outras conseqüências. As mulheres que abortam estão nove vezes mais propensas a suicido. A surtos psicóticos e a depressão. Na segunda gravidez são dez vezes mais predispostas a perderem a criança no terceiro mês. Vai livrar de um tipo de sofrimento, mas vai ter sofrimento psicológico. Porque o ser humano não é só soma, é pscosomático. É mente e corpo. Não é só retirar o feto e pronto e acabado. Existem conseqüências psicológicas graves.

A legalização do aborto o converte em um método que parece moralmente aceitável e, portanto, como uma opção possível que não é igualmente considerada nos lugares onde não é legal. Mas dado que a grande maioria de abortos não são por motivo de "violação", "risco de vida" ou "criança deficiente", mas por uma gravidez considerada "vergonhosa", não é estranho que a mulher - especialmente se é adolescente ou jovem - busque igualmente métodos abortivos clandestinos pela simples razão de que uma lei, ainda que tire a pena legal, não tira a vergonha e o desejo de ocultamento. Por outro lado, esta mentira é baseada no mito segundo o qual os abortos legais são mais "seguros" que os clandestinos. Um exemplo: uma investigação realizada em 1978 nos Estados Unidos constatou que só nas clínicas de Illinois, foram produzidas 12 mortes por abortos legais.

“O direito à escolha!” É talvez o mais mediático argumento a favor da legitimação da prática do aborto induzido em determinadas circunstâncias. Será que este direito contempla também o direito da mãe a informação detalhada e correta sobre o desenvolvimento do feto que transporta dentro de si, e das conseqüências negativas que um aborto induzido pode representar para a sua saúde? O direito à escolha não faz sentido se em primeiro lugar não for dado o direito à informação. Só se pode pensar em dar a escolher depois de se dar a conhecer.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

PERFIL: professora Shirlene



Ao entrar parecia estar em uma biblioteca, havia livros por todos os cantos, sobre a mesa de jantar, na área de serviço, além de uma sala de estudos com inúmeras obras. A casa reflete a personalidade da dona, uma pessoa que está sempre em busca de aperfeiçoar seu conhecimento. Shirlene Rohr de Souza é casada, possui um filho. É professora da Universidade do Estado de Mato Grosso a mais ou menos um ano. Tem 41 anos de idade, é formada em letras pela universidade federal do Espírito Santo. Ingressou na faculdade com a intenção de aprimorar seus conhecimentos em gramática, porque era professora de português na cidade de Vitória-ES. No decorrer do curso de letras percebeu que os professores não estavam preocupados com gramática, mas com o desenvolvimento humano, eles estudavam sociologia e filosofia. Isto a afastou da gramática e despertou uma curiosidade em relação aos estudos históricos, ao desenvolvimento da linguagem na história da humanidade. Terminou a graduação e interessou pela literatura, não por ela em si, mas na literatura em interação com outras áreas, sua ligação com o mundo, a Filosofia, a Sociologia, a História e a Geografia.

Shirlene Horror? “Eu sempre coloco o “ó” aberto justamente para fugir da brincadeira do Horror. Essa metalingüística! Mas a pronúncia mesmo é com o “ô” fechado, Rohr.” Quem conhece a professora logo percebe que o humor e a espontaneidade são suas características, mesmo em situações difíceis. Em 1994 ela sofreu um grave acidente, um rapaz deixou um ferro cair no seu pé. “Como não podia andar, aproveitei para ler”. Começou a estudar a história da higienização, a carnavalização e a idade média nos aspectos não oficiais. Ela focou seus estudos na questão cultural, “interessei pelo escracho da idade média”. Iniciou com autores como Rabelais, Bakhtin, Foucault e Norbert Elias. Esses autores foram a base de seu edifício teórico do mestrado em estudos literários em 1994 pela universidade federal do Espírito Santo.

“A grande virada da minha vida foi a vinda para Mato Grosso”. Sair de sua cidade natal, não foi fácil. Por esse motivo ainda mantém sua residência em Vitória. Ela e Benjamim saíram de Vitória por causa da violência. Decidiram fazer o concurso para docentes da Unemat. Ambos foram aprovados, mas só Souza foi chamada, Benjamim aguarda vaga. A viagem para Mato Grosso chamou sua atenção “não imaginava o tamanho do Brasil, e a diversidade da vegetação”.

“Aqui agente deixa o carro aberto, deixa filho sozinho em casa”. Souza fugiu da violência urbana de Vitória, mas encontrou outra espécie de “violência” (interdição do discurso). As questões políticas são muito fortes e próximas. Para explicar isso ela recorre a Foucault, quando ele diz que sexualidade e política são os discursos mais interditados, aqui esta interdição é forte. “Qualquer coisa que se fala tem que tomar muito cuidado, porque todos são amigos do prefeito ou de algum político.” Para ela a universidade deveria ser um local aberto a debates de idéias e espaço de produção de discursos críticos. Ela relata que encontrou aqui uma acomodação do discurso acadêmico às políticas locais, uma confluência de interesses. “A faculdade precisa amadurecer para se desvincular das amarras das forças locais, precisam se emancipar”.

“Agora só leio clássicos”. Souza tem muitos planos de leitura, sua proposta de estudo é a releitura. Ela está mais preocupada com a releitura do que com a leitura. “Cada vez que leio é diferente, vejo algo diferente”. Atualmente tem desenvolvido uma pesquisa para sua tese de doutorado, ela faz uma relação de como o trabalho e a festa se modificaram a partir do capitalismo. Como essas relações se deram na idade média e como se transformaram com o inicio da idade moderna. E como isso remete ao contemporâneo. “Tudo é vendido, até o carnaval”. Para ela a festa virou investimento.

“Será que as utopias acabaram?” essa é uma pergunta que a professora tenta responder em sua tese de doutorado. Para Souza existem duas vertentes, a primeira é segundo Tomas Morris, que diz que as utopias são baseadas no trabalho. Para Morris a sociedade só encontra justiça e fraternidade se todo mundo tiver trabalho. A segunda é antagonista porque Rabelais acredita que não está no trabalho, mas a igualdade está na bagunça.

Por causa da exploração econômica, a professora acredita que o capitalismo tirou as máscaras do carnaval. “É importante vender fotos para a revista Bundas”. Souza satiriza a revista Caras. Ela afirma que ao tirar as máscaras do carnaval foram excluídos os mutilados, os corcundas e as pessoas consideradas feias pela sociedade, elas foram afastadas para os depósitos, surgem os orfanatos, os asilos e os sanatórios. De acordo com ela o capitalismo é um sistema de exclusão, “estão sendo estimuladas ideologias que pregam a concorrência e o individualismo”.

O projeto de Souza para o ano de 2008 é a revista Argos. Ela revela que uma de suas grandes paixões é a mitologia Grega. Lembra a história de Jasão que reuniu tripulação, batizada de argonaltas, para irem em busca do velo de ouro, que era a representação máxima da felicidade e da realização. Várias gerações de Argonaltas passaram anos navegando em busca deste objeto sagrado. Daí a idéia do nome Argos, porque quando pensou, imaginou montar uma tripulação para navegar em busca de algo que não sabe o que é. Espera ser um lugar para pensar os fatos do nosso tempo, formar uma geração contemporânea e diferente de argonaltas. Navegar pela internet, com artigos bons e críticos. As produções serão dos alunos e professores da Unemat, sua pretensão é criar um espaço aberto interativo para trocar idéias, aprender e ensinar.

A grande preocupação da professora é que os alunos precisam ler e saber fazê-lo bem. “A maior angústia que tenho é com relação à formação dos acadêmicos”. Ela diz ter encontrado, de forma geral, nos espaços acadêmicos em que trabalhou uma acomodação por parte da comunidade estudantil. E o que a assusta mais são os crescentes cursos oferecidos, que não sabe se oferecem formação acadêmica ou simplesmente o diploma. Segundo Souza a forma de protestar contra isso é despertar nos alunos a consciência crítica, para exigir mais das universidades e dos professores.

domingo, 12 de outubro de 2008

Como surgiu o dia das criaças


Dia das Crianças no Brasil
A criação do Dia das Crianças no Brasil foi sugerido pelo deputado federal Galdino do Valle Filho na década de 1920.

Arthur Bernardes, então presidente do Brasil, aprovou por meio do decreto de nº 4867, no dia 5 de novembro de 1924, a data de 12 de outubro como o dia dos pequenos.

O Dia das Crianças só passou a ser comemorado mesmo em 1960, quando a fábrica de brinquedos Estrela fez uma promoção junto com a empresa Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas.

A idéia das duas empresas deram tão certo que outros comerciantes resolveram adotar a mesma estratégia. E assim, dia 12 de outubro é dia de criança ganhar presente!

Dia das Crianças no Mundo
Muitos países comemoram o Dia das Crianças em outros dias do ano. Na Índia, é em 15 de novembro. Em Portugal e Moçambique, a comemoração acontece no dia 1º de junho. Na China e no Japão, a comemoração acontece em 5 de maio.

Dia Universal da Criança
A Organização das Nações Unidas, também conhecida como ONU, comemora o dia de todas as crianças do mundo em 20 de novembro. Foi nessa data que os países aprovaram a Declaração dos Direitos das Crianças.

Fonte: http://www.terra.com.br

PERFIL: Jairo Plateiro

Não satisfeito com respostas dadas as suas dúvidas existenciais que, ora a família, ora o padre católico, lhe diziam, ser coisa de Deus. Jairo Barbosa de Souza, ainda adolescente, resolveu procurar respostas através de uma peregrinação. Passou pela Umbanda, Quimbanda, Candomblé, em todos os templos evangélicos que conseguiu ter acesso, viajou pelo Budismo, converteu-se ao Seicho-no-ie e como em nenhuma dessas filosofias encontrou respostas que procurava, terminou freqüentando centros espíritas.

Ao encontrar a doutrina espírita ele conseguiu acalmar o seu coração. Aglutinou idéias de Jesus Cristo e dos grandes espíritos que passaram pela terra. Um deles, em especial, Mohirei Ueshiba, criador do Aikidô, uma arte marcial que passou a ser praticada por Jairo. Da filosofia ele assimilou que é na morte que se encontra a verdadeira vida. Para ele a vida é um aprendizado e a nossa passagem por aqui tem a finalidade de evoluir, “há coisas que só se pode fazer estando fisicamente vivo”.

Jairo Barbosa de Souza é professor de Aikidô, arte marcial espiritualizada, que não tem competições e cujo treino procura desenvolver sentimentos de fraternidade e cooperação. Pratica meditação. Tem respeito por todas as religiões, contudo evita as que buscam o lado negativo. Sonha adquirir estabilidade financeira e poder viajar ao menos uma vez ao ano, casar-se e ter filhos gêmeos.

Embora adepto de filosofias que pregam a paz seus pensamentos vão ao encontro do filósofo Karl Marx, quando diz que é impossível viver em paz se não houver conflito, e que os movimentos sociais são necessários para reduzir as diferenças.

Ao lembrar-se de conflitos, recorda o pior que já viveu individualmente. Menino ainda passou a maior vergonha de sua vida. Estava no banheiro da escola e ao subir o zíper prendeu o pinto. Foi preciso a intervenção da tia “Nega”, uma funcionária para desenroscar o zíper. “Não vai doer nada”, disse com delicadeza, enquanto de uma vez só desfez seu desconforto. “Doeu muito”, lembra Jairo.

Jairo Plateiro, sobrenome da mãe que resolveu adotar preferencialmente, também é praticante de esportes radicais, Skate-board e Grass-board. E em seus planos abriga a fundação de uma associação esportiva, com nome de “Fusão”, para incentivar a prática de esportes extremos. Para ele o esporte é uma ferramenta social que é capaz de tirar pessoas da pobreza e de más inclinações, porque através das práticas esportivas é possível trabalhar, o corpo, a mente e o espírito.

sábado, 11 de outubro de 2008

Jornalismo rural?

Revisando meus arquivos descobri por acaso uma reportagem do ex-colega de faculdade Janderson Correia. Infelizmente ele optou por abandonar o jornalismo e partiu para Comunicações Visuais. Na final de 2007, ele tratava de uma forma crítica, a qualidade de cursos de jornalismo em áreas semi-rurais. Queria mostrar a sociedade a viabilidade do curso e desmistificar que jornalismo só se faz em ambientes “urbanos” das grandes cidades. O curso de jornalismo de Alto Araguaia ainda está em desenvolvimento, mas já produz frutos. Estamos com seis turmas. No III simpósio de jornalismo (regionalização Midiática). Produzimos dois jornais laboratórios: o ProvocAção e o jornal mural O paredão.

Pato seqüestrado, furto de bicicleta, curso para fazer pastel,... Notícias pitorescas ou banais parecem ser as únicas informações possíveis em cidades pequenas quando o assunto é jornalismo. Muitas pessoas costumam relacionar a profissão de jornalista com os grandes centros urbanos. Lá, onde o mundo faz e acontece. Com tantos acontecimentos são considerados verdadeiras fontes da matéria prima do trabalho jornalístico: a informação. Essa idéia torna difícil imaginar um curso de jornalismo feito no interior, em áreas semi-rurais. Onde o tempo parece ter vontade própria e resiste ao ritmo do mundo globalizado.

Em Alto Araguaia, cidade com 13.000 habitantes localizada no interior de Mato Grosso, a chegada do curso de jornalismo pela Unemat provocou certa polêmica no inicio de 2006. As pessoas questionavam as condições do município para receber um curso de “cidade grande”. Em que situação seria formado um jornalista, a perspectiva para o mercado de trabalho local e o tempo de sobrevivência do curso foram as principais dúvidas levantadas. O site Observatório da Imprensa também falou sobre o novo curso na época e os desafios de um dos poucos cursos de jornalismo em áreas semi-rurais do Brasil.

Uma das justificativas para a cidade receber o novo curso é devido à sua localização estratégica: na confluência dos estados de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, facilitando o acesso às vagas para cidades dos três estados.

Alto Araguaia parece ter uma enorme vontade de produzir informação. A cidade possui duas rádios (AM e FM), uma televisão com uma hora e meia de programação local e um site sobre acontecimentos locais. Tem ainda a sala de imprensa da Câmara Municipal de Vereadores, com sistema de radio e TV para transmissão integral das sessões à população. Pode-se somar a isso o apoio da prefeitura para a implantação do curso de jornalismo na cidade, que cobriu os gastos dos primeiros seis meses.

O curso de jornalismo de Alto Araguaia é o primeiro da Unemat e o segundo oferecido gratuitamente no estado. Atualmente está indo para o quinto semestre com 148 alunos em situação regular. O corpo docente é formado por cinco professores mestres, um doutor e um doutorando, vindos dos estados de São Paulo, Paraná, Espírito Santo e do próprio Mato Grosso. O processo de reconhecimento do curso está em andamento e já concluiu etapas importantes. Como a realização do 1º Colóquio de Jornalismo – A formação sob o olhar sincrônico realizado em julho deste ano para discutir a identidade do curso e o mercado de trabalho na região.

O projeto pedagógico do curso foi elaborado não só para uma formação global, mas para formar jornalistas que produzam conteúdo com a voz local. Temas regionais na grade curricular e disciplinas práticas de jornalismo especializado, como turismo, meio ambiente e jornalismo rural, demonstram essa preocupação. Para Wedencley Alves, um dos responsáveis pelo projeto, a proposta foi "montar um curso que viria a formar alunos que não desempenhassem o papel de pura correia de transmissão dos modelos do Centro-Sul urbano, fonte de estereótipos tolos".

A globalização não permite mais considerar a redação o único local de trabalho do jornalista. As novas tecnologias possibilitam novas áreas de atuação para o comunicador social. Além disso, um curso de jornalismo se torna viável em cidades como Alto Araguaia por causa da diminuição dos preços dos equipamentos digitais. O custo para a montagem de um estúdio de TV, por exemplo, está mais acessível. Assim como o preço de uma câmera filmadora ou fotográfica está mais em conta a um jornalista free lancer.

Com a internet surgiu a produção on line, que descentralizou a produção de conteúdos deixando no passado os centros produtores. A distância não é mais um obstáculo para o jornalista. Agora uma informação é facilmente produzida de qualquer parte do mundo para qualquer lugar.

A presença do curso de jornalismo em Alto Araguaia ajudará a criar desde cedo na população uma consciência crítica sobre a sua realidade social e política. Alto Araguaia desenvolverá não apenas o seu espaço físico, mas também o seu plano intelectual. Se tornando uma cidade “grande” não pelo numero de habitantes ou pela quantidade de acontecimentos, mas pela qualidade com que produz informação.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Janelas do tempo

"A composição deve ser uma de nossas preocupações constantes, até nos encontrarmos prestes a tirar uma fotografia; e então, devemos ceder lugar à sensibilidade" .
Henri Cartier-Bresson

Caminhando pelas ruas de Santa Rita do Araguaia-GO, observei os diversos contrastes, dentre os quais o antigo e o moderno. Para capturar essa oposição, escolhi um único objeto, em três momentos distintos, uma janela antiga, uma velha e uma moderna.

A primeira fotografia é de uma janela antiga, construída em madeira, sem pintura. A foto retrata o contraste entre o novo e o velho, uma casa antiga e um jovem morador na janela, com olhar disperso ao longe, pensativo. A foto foi tirada utilizando a técnica do contra mergulho, ou seja, a câmera foi colocada em um ângulo inferior ao assunto, o que criou uma sensação de poder, força e grandeza por parte do objeto fotografado.


A segunda imagem é de uma janela velha de ferro, com a pintura gasta pelo tempo. A foto foi tirada com a câmara numa posição média em relação ao objeto. Nesta foto utilizamos uma moldura feita pelas folhas e flores de uma planta que fica na calçada da rua. Esta foto é constituída de formas e luz que conduzem o olho ao objeto fotografado.


A última fotografia retrata o moderno, uma janela toda em vidro. A foto foi tirada do espelho retrovisor de uma motocicleta estacionada na rua. O retrovisor é utilizado como uma moldura, que dá ênfase ao objeto e torna o ambiente mais moderno.


Todas as fotos capturadas apresentam uma particularidade, ou seja, detalhes nas formas geométricas que mudaram com o decorrer do tempo. Nem por isso, deixaram de ser uma simples janela. Mesmo com o desenvolvimento dos materiais (madeira - ferro - vidro) que constituem o objeto janela, ela não perdeu sua utilidade. Em todas as fotografias, na antiga, na velha e na moderna, lá estavam as pessoas debruçadas em seus parapeitos, a pensar, passar o tempo e a observar o vai e vem das ruas.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

OBRIGATORIEDADE DO DIPLOMA JÁ



Do português ao economês


Talvez a maior dificuldade do jornalista econômico e falar de assuntos complexos e trazê-los para o dia-a-dia das pessoas comuns. Para isso é preciso não só compreender o tema, mas conseguir explicá-lo de forma a ser compreendido pelo público. O Jornalismo Econômico bem escrito deve ser simples, claro, direcionado ao público-alvo, preciso e inteligível.

O Jornalismo especializado na cobertura e debate de temas ligados à economia, negócios e finanças teve grande expansão, com o aparecimento de cadernos de economia nos jornais de informação geral, a consolidação de veículos especializados tradicionais e o surgimento de novos representantes focados nesta temática. Temos como referências importantes no cenário nacional os jornais Gazeta Mercantil, Valor Econômico e Jornal do Commercio/RJ; as revistas Exame, Carta Capital, Isto É, Dinheiro, Forbes, Amanhã e América Economia, dentre outras, e os cadernos de economia dos principais jornais brasileiros.

Há vários jornalistas no Brasil que atuam nesta área e são referência. Aqui destaco dois: Luis Nassif e Joelmir Beting.

A Internet tem valorizado o Jornalismo Econômico, com o surgimento de sites especializados em negócios, economia e finanças, além daqueles que representam meras extensões dos veículos.

Para atuar no jornalismo econômico deve-se ter o domínio do “economês”. Ou seja, compreender determinados termos específicos e jargões da área. Elaborei um glossário com os principais, tomando como base sites e blogs de econômia.

Jornalismo Econômico é a especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados à Economia do país, da cidade ou do mundo, além de temas relacionados como Tecnologia, Emprego e Mercado Imobiliário.

As primeiras coberturas de Economia surgiram ainda no século XVII, junto com os primeiros boletins noticiosos publicados por banqueiros e comerciantes europeus (ver História da Imprensa). No início da imprensa industrial, no entanto, estas editorias tinham destaque tímido e publicavam matérias de interesse restrito, como cotações de moedas estrangeiras, valores de gêneros alimentícios, informes sobre falências e concordatas, entre outras.

O Jornalismo Econômico nos países de sistema capitalista é particularmente concentrado na iniciativa privada (empresas particulares) e sua relação com o setor público (governos, empresas estatais, órgãos públicos). Já nos países de sistema socialista — como já houve vários e até hoje existem —, a pauta é mais dependente das políticas de governo, das metas oficiais e das empresas estatais, além da chamada "economia popular".

Ações - Títulos que indicam a participação do possuidor na propriedade de uma determinada companhia e lhe dão direito a parte dos lucros.

Acionista - É o proprietário de ações de uma empresa. Há dois tipos de acionistas: o majoritário e o minoritário. O majoritário é aquele que possui pelo menos metade das ações de uma companhia e mais uma ação. É quem detém o controle da companhia. O minoritário possui cotas pequenas de ações sem direito a voto.

Ágio - Diferença entre o que vale e o que se paga por determinado bem ou produto. Se essa diferença for positiva existe ágio, se for negativa, deságio.

Alavancagem - Relação entre o capital de uma empresa e a quantia que ela toma emprestado no mercado. Quanto mais alavancada, mais endividada está a empresa e, portanto, há mais risco de ter problemas financeiros.

Amortização - Redução gradual de uma dívida por meio de pagamentos periódicos combinados entre o credor e o devedor. Empréstimos bancários e hipotecas são, em geral, pagos dessa forma.

Ativos - Bens, créditos ou valores que formam o patrimônio de uma empresa. Os três principais tipos de ativos são: o circulante, o fixo e o financeiro. O ativo circulante é o dinheiro que a companhia tem em caixa, ou qualquer outra coisa que possa ser transformada em dinheiro vivo imediatamente. O ativo fixo é tudo o que a empresa não tem intenção de vender no curto prazo, como prédios, móveis, máquinas e equipamentos. Ativo financeiro são as aplicações feitas no mercado financeiro. Aí entram títulos de renda fixa públicos e privados, caderneta de poupança, ações, ouro, moedas estrangeiras, entre outros.

Balança Comercial - Resultado das exportações e importações realizadas por um País. Quando as exportações são maiores que as importações registra-se um superávit na balança. O contrário significa déficit.

Balanço -
Informações econômico-financeiras que uma empresa apresenta ao mercado com determinada periodicidade. Entram nesta lista bens, créditos, dívidas e compromissos da companhia. Quem negocia ações na Bolsa de Valores é obrigado a publicar o balanço para que sirva de referência a investidores na hora de decidir comprar papéis daquela empresa.

Banco Central (BC ou Bacen) - Autoridade monetária do País responsável pela execução da política financeira do governo. Cuida ainda da emissão de moedas, fiscaliza e controla a atividade de todos os bancos no País.

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - Órgão internacional que visa ajudar países subdesenvolvidos e em desenvolvimento na América Latina. A organização foi criada em 1959 e está sediada em Washington, nos Estados Unidos.

Banco Mundial - Nome pelo qual o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) é conhecido. Órgão internacional ligado a ONU, a instituição foi criada para ajudar países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - Empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que tem como objetivo financiar empreendimentos para o desenvolvimento do Brasil.

Base Monetária - É o total de moeda do País. Inclui, além das cédulas e moedas em circulação, os depósitos a vista e a prazo, títulos, poupança, entre outros.

Bens - Tudo aquilo que tem utilidade, com ou sem valor econômico.

Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) - Sediada em São Paulo, ela realiza dois tipos de negócios: a vista ou futuro. Quem paga a vista movimenta um mercado em que são fechados contratos de compra e venda de commodities, principalmente mercadorias agropecuárias (gado, café, açúcar, feijão e soja) e o ouro. Nas negociações futuras entram os contratos de dólar, boi gordo, o índice Bovespa, juros, e a maioria das commodities. Quem recorre a esses mercados geralmente tem um objetivo: proteger-se de flutuações nos preços dos produtos ou mercadorias.

Bolsa de Valores - Local onde se negociam títulos emitidos por empresas privadas ou estatais. O título dá ao portador o direito de propriedade sobre uma quantia em dinheiro, pela qual responde o emissor do documento. Tais operações servem para as empresas captarem recursos dos quais não dispõem.

Brazilian Depositary Recepts (BDR) - Títulos emitidos por bancos nacionais de empresas estrangeiras interessadas em fazer negócios ou captar investimentos no País.

Cade -
Órgão do governo criado em 1965 com a finalidade de defender a livre concorrência, encarregando-se de prevenir e repreender abusos de poder econômico como, por exemplo, a formação de cartéis.

Caderneta de poupança -
Contas bancárias especiais, criadas a partir de 1966, cujos depósitos recebem correção monetária e juros definidos em 6% ao ano.

Caixa 2 -
Expressão que define o dinheiro não registrado que entra em uma empresa e que, por isso, pode ser utilizado sem que sobre ele incidam impostos. Esta prática é enquadrada judicialmente como crime por sonegação de impostos.

Câmbio - Operação financeira de venda, troca ou compra de valores em moedas de outros países. É um elemento do sistema monetário internacional, regulamentado durante a Conferência de Bretton Woods (New Hampshire, EUA, 1944), com o objetivo de facilitar as transações entre países. A partir desta Conferência, todas as moedas passam a ter o dólar americano como padrão em substituição ao ouro.

Câmbio flutuante - É o sistema em que as operações de compra e venda de moedas funcionam sem controle sistemático do governo. Neste caso, o valor das moedas estrangeiras flutua de acordo com o interesse e com a oferta e a procura no mercado.

Capital -
É o dinheiro investido em atividades em que existe possibilidade de perdas. Normalmente estes investimentos são feitos por empresas ou instituições privadas. As empresas de capital aberto são aquelas sociedades anônimas autorizadas a vender ações nas bolsas de valores.

Capitalização -
Aumento do patrimônio de uma empresa com a injeção de dinheiro novo. Há basicamente duas formas disso acontecer: pela emissão de ações ou títulos (que são vendidos, e o dinheiro resultante é incorporado ao capital da empresa) ou pela venda de parte da companhia a um novo sócio.

Carteira -
Valor que uma pessoa física ou jurídica possui em um tipo de investimento. Quem aplica em Bolsa, por exemplo, tem uma carteira de ações.

Cartel -
O termo é usado normalmente para definir grupos empresariais que se unem para controlar a oferta de determinado produto e obter preços mais altos. Para fazer isso, esses grupos impedem que novas empresas atuem no setor. Quando isso acontece, eles passam a praticar preços artificialmente baixos, até que o novo concorrente não consiga mais vender seus produtos e acabe quebrando.

Casa da Moeda -
Instituição que fabrica moedas e imprime cédulas no Brasil sob determinação do Banco Central. Ela detém ainda o monopólio sobre a impressão de passaportes e selos postais.

CDI -
Taxa média dos empréstimos feitos entre os bancos. Esses empréstimos são registrados por uma instituição chamada Cetip (Central de Custódia e Liquidação de Títulos Privados).

CMN (Conselho Monetário Nacional) -
Formado por órgãos públicos e entidades privadas, ele atua como uma espécie de fiscal da política econômica. Faz parte de suas atribuições corrigir surtos de inflação ou deflação, fixar normas para a política cambial, coordenar as políticas de crédito, monetária, fiscal, orçamentária e a dívida pública (interna e externa). Também fixa normas da política cambial, aprova orçamentos monetários, limita as taxas de juros e disciplina o crédito.

Cofins -
Taxa cobrada pelo governo federal equivalente a 3% da receita bruta mensal das empresas. Os recursos são destinados à Previdência Social.

Comissão Nacional de Bolsas de Valores (CNBV) -
Entidade civil brasileira que reúne todas as Bolsas de Valores do País.

Commodity -
Termo usado em transações comerciais internacionais para designar um tipo de mercadoria em estado bruto ou com um grau muito pequeno de industrialização. As principais commodities são produtos agrícolas (como café, soja e açúcar) ou minérios (cobre, aço e ouro, entre outros).

Concordata -
Recurso jurídico que permite a uma empresa incapaz de quitar seus débitos em prazos pré-determinados continuar em funcionamento.

Contas públicas -
Total de receitas e gastos de todas as esferas do poder. Entram nesta conta o Produto Interno Bruto (PIB), a renda nacional, o consumo, os gastos do governo, os impostos recebidos pelo Tesouro, as transações com o exterior e o capital consolidado. Os valores são apresentados em termos correntes e também corrigidos pela inflação acumulada no período do cálculo.

Copom -
Conselho ligado ao Banco Central que se reúne duas vezes por mês para definir a taxa de juros básica da economia — aquela que remunera os títulos do governo, e que serve de referência para os bancos fixarem as suas taxas de juros. Inspirado no modelo americano, o Copom foi criado em 1996, com o objetivo de proporcionar maior transparência ao processo decisório.

Correção monetária -
É o reajuste periódico de certos preços na economia pelo valor da inflação passada, com o objetivo de compensar a perda do poder aquisitivo da moeda.

Corretagem -
É o ato de intermediar uma transação entre comprador e vendedor de títulos, ações, imóveis e outras mercadorias

Cota -
Fração com que cada sócio participa do capital de determinada empresa de responsabilidade limitada.

Cotação -
Preço de cada um dos títulos, ações, moedas estrangeiras ou mercadorias negociadas na Bolsa da Valores ou na Bolsa de Mercados e Futuros.

Crédito Internacional -
Transações financeiras entre bancos, empresas e governos de países diferentes, pelas quais uma parte empresta dinheiro mediante compromisso de restituição. A origem dos recursos pode ser um governo, organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, e bancos ou instituições privadas.

Custo Brasil - Nome genérico dado à série de custos ou despesas que incidem sobre a produção, tornando difícil ou desvantajoso para o exportador colocar seus produtos no mercado internacional ou competir com importados no Brasil. Entram nesta lista custos que vão desde os encargos sociais e o excesso de impostos cobrados sobre os produtos até a falta de estradas para transportar as mercadorias, por exemplo.

CVM (Comissão de Valores Mobiliários) -
Criada em 1976 para, juntamente com o Conselho Monetário Nacional, estabelecer as normas e diretrizes de funcionamento do mercado de valores, tem, sob sua jurisdição as Bolsas de Valores e sociedades corretoras, os bancos de investimento, as sociedades distribuidoras, as companhias abertas, agentes autônomos de investimento e as carteiras de depósito de valores mobiliários, fundos e sociedades de investimento, auditores independentes, consultores e analistas mobiliários.

Déficit - Resultado de uma conta em que as despesas são sempre maiores que as receitas. Ou seja, sai mais dinheiro que entra. Quando há esse desequilíbrio nas contas públicas, dizemos que há um déficit público. Esse pode ser déficit (público) primário – que não inclui gastos com juros das dívidas interna e externa – ou nominal – que leva em conta as despesas com juros das duas dívidas.

Deflação -
É o oposto de inflação, a queda no índice de preços. Mas nem sempre isso é bom. Com deflações sucessivas, um país mergulha em recessão porque há queda no consumo. As empresas, então, baixam seus preços para tentar reverter a situação. Se isso não ocorre, pode haver demissões e redução nos investimentos.

Demanda -
Nome dado às necessidades ou desejo de consumo, individual ou coletivo, de bens e serviços. A relação entre oferta e demanda é um dos fatores determinantes de preços no mercado. Se a oferta for maior que a demanda, por exemplo, o preço tende a cair. Já, se a oferta não der conta da demanda, o preço tende a aumentar.

Derivativos -
Operações feitas no mercado financeiro em que o valor das transações deriva do comportamento futuro de outros mercados, como o de ações ou de juros, por exemplo. Há três tipos de derivativos: futuros – que servem para proteger o investidor das flutuações nos preços normais – mercadorias negociadas pelo seu preço de entrega no futuro (dias, meses, anos). Opções – muito usada no mercado de commodities e mercado futuro de ações – contratos que reservam ao seu possuidor o direito de comprar ou vender mercadorias ou título em uma data futura e a um preço pré-determinado. Swaps – do inglês, troca, permuta – contrato que permite trocar em uma data futura pré-determinada, um investimento por outro. Dessa forma, é possível fazer um swap de ações por opções, por exemplo.

Desemprego -
Situação em que pessoas pertencentes a população economicamente ativa e que se encontram sem emprego formal, com registro em carteira.

Dívida externa - Dívida externa é a somatória dos débitos de um país, resultantes de empréstimos e financiamentos contraídos no exterior pelo próprio governo, por empresas estatais ou privadas. Esses recursos podem ser provenientes de governos, entidades financeiras internacionais (FMI, Banco Mundial, etc.), bancos ou empresas privadas.

Dívida interna - Total de débitos assumidos pelo governo junto às pessoas físicas e jurídicas residentes no país. Quando as despesas do governo superam a receita, há necessidade de dinheiro para cobrir o déficit. Para enfrentar essa situação, o governo tem três opções: emissão de papel-moeda, aumento da tributação e lançamento de títulos.

Dividendo - Valor pago, quase sempre em dinheiro, aos acionistas de uma empresa, quando reparte parte dos seus lucros. Isso acontece, em geral, uma vez por ano.

Dolarização -
Substituição total das moedas de um país pelo dólar americano. Foi o que fez o Equador em fevereiro de 2000, e a Guatemala, no início de maio de 2001.

Dow Jones -
Índice que mostra a variação das 30 ações mais negociadas na Bolsa de Nova York.

Especulação - Operação financeira feita no mercado com o objetivo de obter ganho rápido. Um especulador, em geral, compra títulos ou commodities que estão com o preço em baixa para vende-los em alta. Mas como é difícil prever o comportamento do mercado, pode-se ganhar fortunas ou registrar perdas estrondosas.

Exportação -
Vendas de bens e serviços de um país em outro. É uma importante ferramenta de política econômica porque com as exportações superando as importações há saldo na balança comercial. Ou seja: dólares em caixa.

Falência - Sentença judicial decretada pela falta de pagamento aos credores. Pode ser voluntária ou involuntária, como resultado de ações dos credores da empresa.

Faturamento - Valor total recebido com a venda de produtos ou serviços de uma empresa. Entram ainda nesta conta os ganhos obtidos com aplicações financeiras ou venda de ativos. É diferente de receita

Federal Reserve Bank (Fed) - É o Banco Central americano.

Fluxo de Caixa - Movimentação do caixa de uma empresa resultante de pagamento ou recebimento de dinheiro.

Franquia -
Livre entrada (ou saída) de mercadorias em um país, sem pagamento de impostos ou controle alfandegário.

Fundo de investimento -
É uma espécie de condomínio de investidores que funciona da seguinte maneira: o dinheiro é entregue a um profissional que irá administrá-lo. Cabe a ele encontrar os investimentos disponíveis no mercado (ações, títulos, entre outros) que podem oferecer a melhor rentabilidade à bolada que irá aplicar.

Fundo Monetário Internacional (FMI) -
Agência especializada das Organizações das Nações Unidas (ONU) criada em 1944 para promover a cooperação financeira entre os países-membros. Cada um deles tem direito à cota de saques durante o ano e existe ainda um esquema paralelo de ajuda a países em dificuldades financeiras.

Globalização - Processo de interdependência econômica mundial que acontece com a abertura do comércio internacional. Significa um avanço do capitalismo, um mecanismo que busca a redução de custos e o aumento da produtividade na fabricação de mercadorias. Há dois ingredientes fundamentais para a consolidação desse fenômeno: a queda de barreiras alfandegárias entre os países e a revolução tecnológica, em particular no campo da informação (computador, telefone, televisor e internet). A combinação desses fatores provoca drásticas mudanças no processo produtivo, liderado por empresas transnacionais, e na forma como são feitos os investimentos mundiais.

Hiperinflação - Diz-se hiperinflação quando os preços aumentam tanto e tão rápido que todos gastam o dinheiro assim que o recebem. Essa velocidade no consumo se dá devido ao temor de que o dinheiro perca seu valor. A partir daí, a confiança da população na estabilidade da moeda é destruída e busca-se investir em moedas estrangeiras, ouro, imóveis.

Ibovespa - Índice que mostra a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. É o mais usado porque reflete o resultado do pregão.

IBX -
Índice que espelha o comportamento das 100 ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Imposto de Renda (IR) - Tributo cobrado sobre os rendimentos recebidos durante o período de um ano. Criado em 1922, é cobrado de pessoas físicas e jurídicas com taxas proporcionais ao patrimônio e rendimentos.

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) -
Imposto embutido nos preços de mercadorias e serviços. O percentual varia conforme o produto (ou serviço) e o Estado, que tem autonomia para defini-lo. Para alterá-lo a situação é diferente. É preciso ter a aprovação do Conselho de Política Fazendária (Confaz), um colegiado composto pelos secretários da Fazenda de todos os Estados.

Inadimplência - Situação em que uma pessoa ou empresa deixa de cumprir um contrato, particularmente no que se refere a prazos de pagamentos.

Indexação -
Mecanismo de política econômica que atrela rendimentos monetários a índices fixados pelo governo. É uma forma de conter a desvalorização de salários, pensões e alugueis quando há inflação. Com a estabilização do Real, a indexação foi parcialmente eliminada no Brasil.

Índices Financeiros -
Valores numéricos utilizados para o cálculo de um determinado produto, setor ou da inflação entre um mês e outro e calculados por institutos de pesquisas, fundações especializadas, departamentos sindicais e órgãos governamentais, tomando-se por base determinados produtos ou serviços. Para saber tudo sobre cada índice financeiro brasileiro atualizado, seu histórico e ainda a composição de cada um deles,
clique aqui e visite cada seção específica.

Índice Geral de Preços (IGP) - Índice de inflação calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que leva em conta três outros índices: Índice de Preços por Atacado (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e pelo Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC).

Inflação - A inflação é usualmente conceituada como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços, que resulta em perda ininterrupta do poder aquisitivo da moeda. Altas esporádicas e localizadas em alguns preços, portanto, não podem ser qualificadas como um processo inflacionário. A inflação é medida por meio de índices calculados por entidades governamentais ou privadas. (Clique aqui para ler sobre os índices financeiros brasileiros e suas respectivas cotações).

INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) - Índice de inflação apurado pelo IBGE em dez regiões metropolitanas do País.

Investimento estrangeiro -
O investimento estrangeiro consiste na aquisição de empresas, equipamentos, instalações, estoques ou interesses financeiros de um país por empresas, governos ou indivíduos de outros países.

IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) - Imposto pago por pessoas físicas e jurídicas quando fazem empréstimos, recebem valores de um seguro e compram ou vendem moeda estrangeira, títulos ou ouro.

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) -
Criado em 1966, incide na produção de mercadorias no País. Este imposto é então embutido no preço do produto e pago pelo consumidor na hora da compra. A alíquota é variável. Artigos considerados supérfluos (como cigarros e bebidas) têm imposto mais alto. Para gêneros de primeira necessidade, o IPI é menor. Produtos de exportação estão isentos.

Juros -
Juro é a remuneração que o tomador de um empréstimo tem que pagar ao proprietário do capital emprestado. O juro pode ser simples ou composto. O juro é simples quando calculado sobre o montante do capital. É composto quando o juro vencido e não pago é somado ao capital emprestado, formando um montante sobre o qual é calculado o juro seguinte (capitalando) e assim sucessivamente.

Maxidesvalorização - Desvalorização drástica de uma moeda.

Mercado de balcão - É o onde são negociadas ações de empresas que não têm autorização para operar na Bolsa de Valores. As operações de compra e venda são, então, fechadas por telefone ou por um sistema eletrônico de negociação.

Mercado de capitais -
Rede formada pelas Bolsas de Valores e instituições financeiras (bancos, corretoras e seguradoras) que negociam papéis (ações e títulos) a longo prazo. Sua função é direcionar recursos para financiamentos ao comércio, indústria e até para o governo. Está, portanto, relacionado ao crescimento econômico do País.

Mercado Financeiro - Setor da economia responsável pela captação de recursos entre investidores para financiar atividades produtivas ou simplesmente gerar lucros para quem empresta dinheiro. Tanto o governo quanto as instituições privadas podem fazer a captação. Mas, em geral, ela acontece nas diversas bolsas de valores, corretoras, bancos e seguradoras. O gerenciamento dessa prática é regulado pelo governo dos países por meio de uma rede de instituições, em que se destaca o banco central. É dele que partem as regras de política monetária, que define a taxa de juros a ser paga a quem empresta dinheiro, e de política cambial, que fixa as regras para estabelecer a cotação da moeda local em relação às demais, em particular o dólar.

Mercado monetário - Conjunto formado por bancos comerciais e empresas financeiras de crédito que também participam do mercado de capitais. A diferença é que operam no curto ou curtíssimo prazo.

Mercosul - O Mercado Comum do Cone Sul é um acordo comercial assinado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai em 1991. Há ainda dois membros associados: o Chile (desde 1996) e a Bolívia (desde 1997). Ambos negociam a entrada no bloco econômico, que pretende fixar tarifas externas comuns para todos esses países e eliminar barreiras alfandegárias.

Moeda -
Unidade de valor-padrão utilizada como instrumento de troca por uma comunidade. É o meio pelo qual os preços são expressos, as dívidas liquidadas, as mercadorias e os serviços pagos e a poupança efetuada. A moeda corrente é o dinheiro oficial de um país para todos os tipos de transação.

Monopólio - Situação em que uma empresa domina sozinha a produção ou comércio de uma matéria-prima, produto ou serviço e que, por isso, pode estabelecer o preço à vontade.

Moratória -
Prorrogação do prazo concedido para pagamento de uma dívida, obtida em acordo entre o devedor e o credor. Nas relações comerciais internacionais, a palavra é usada para definir a declaração unilateral de um país de que ele não pagará sua dívida no prazo determinado.

Nasdaq - Criada nos Estados Unidos, em 1971, a National Association of Security Dealers Automated Quotation System foi a primeira bolsa do mundo a negociar exclusivamente ações de empresas de Internet, informática e tecnologia. Como as operações de compra e venda são feitas por meio de computadores no mercado de balcão, a Nasdaq ficou conhecida como a “bolsa eletrônica”.

Oligopólio - Grupo de empresas que detém o controle de determinado mercado, seja ele o fornecimento de um produto, serviço ou matéria-prima. Alguns economistas acreditam que esta prática é nociva porque, dominando um mercado, essas empresas limitariam custos de produção e ditariam o preço dos produtos para aumentar a margem de lucro. Mas, recentemente, há uma tendência em se defender o contrário. Com a formação de vários conglomerados concorrentes, seria possível garantir preço estável, inibindo a formação de cartéis.

OMC (Organização Mundial do Comércio) -
Órgão internacional criado em 1995 para regulamentar o livre comércio entre os seus países-membros. Enquanto isso não acontece, ela trata de administrar tratados bilaterais, estabelecer fóruns de negociação comercial, mediar disputas e monitorar políticas comerciais nacionais.

Orçamento da União -
Planejamento anual feito pelo governo federal para calcular as quantias que devem entrar e sair dos cofres públicos. É daí que saem recursos para financiar obras e pagar funcionários, por exemplo. Esta conta é sempre apresentada como projeto ao Congresso Nacional, onde pode ser aprovada na íntegra ou receber emendas (os deputados e senadores podem mudar o destino de verbas ou cortar gastos previstos). Depois de aprovado, segue para sanção do presidente da República e vira lei. O orçamento sempre tem validade para o ano seguinte de sua aprovação.

Overnight -
Operações de troca de dinheiro por um dia, para resgate no primeiro dia útil seguinte. No mercado é comum usar a abreviação over para este tipo de operação.

Paraísos fiscais - Pequenos países onde os impostos são muito baixos ou inexistentes, o que atrai multinacionais. Para fugir da alta tributação em seu país de origem, elas acabam instalando suas filiais nesses paraísos. Outro atrativo é a garantia absoluta de sigilo bancário. É por isso que muitas pessoas depositam ali o dinheiro obtido em operações ilegais. São paraísos fiscais: Bahamas, Libéria, Ilhas Cayman, Luxemburgo e Suíça.

Passivos -
Conjunto das dívidas e obrigações de uma empresa. É o oposto do ativo.

Patrimônio -
Conjunto dos bens de uma pessoa ou empresa administrados de forma a dar lucro ou gerar renda. No caso de uma empresa, o patrimônio é a diferença entre o que a companhia tem (ativo) e suas dívidas (passivo). Se o resultado é positivo, obtém-se o patrimônio líquido. Se for negativo, o passivo líquido.

Penhor -
Entrega de bens móveis (jóias, por exemplo) a um credor como garantia de pagamento da dívida. Em casos de o devedor não quitar seus débitos na data prevista, o credor toma posse do bem penhorado. É diferente de penhora.

Penhora -
Apreensão judicial de bens de um devedor no valor equivalente ao total de sua dívida. Isso pode acontecer se ele não quitar sua dívida no prazo acertado com o credor.

PIB - Sigla de "Produto Interno Bruto", principal indicador da atividade econômica. É o valor de todos os bens e serviços produzidos dentro das fronteiras de um país, independentemente da nacionalidade do produtor. Existem dois tipos: o PIB total é expresso em valores do ano analisado; o PIB real é a "tradução" dos resultados para valores atuais, descontando-se a inflação e a variação da taxa de câmbio (uma vez que geralmente é expressa em dólares norte-americanos).

PNB - Sigla de "Produto Nacional Bruto", que é a expressão em valor monetário de todos os bens e serviços produzidos com recursos de um país, empregados dentro ou fora do território nacional, pertencentes a pessoas ou empresas. Ao contrário do PIB, inclui o resultado de empresas no exterior e desconta os investimentos de capital estrangeiro dentro do território nacional. Na prática, a diferença entre PIB e PNB representa o tamanho da renda enviada ao exterior ou recebida dele. Quando o PNB é inferior ao PIB, o país remete mais renda do que recebe. Se a relação for inversa, o país recebe mais renda que envia.

População economicamente ativa (PEA) - Parcela da população disponível para o trabalho assalariado. Não quer dizer, necessariamente, que todas as pessoas nesta situação estejam empregadas, mas que estejam na faixa etária considerada com aptidão para exercer uma função remunerada.

Precatórios -
Dívidas do próprio Estado cujo pagamento é determinado pela Justiça. Ou seja: não há mais chances de questioná-las nos tribunais. Se ainda assim não forem pagas, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode decretar intervenção federal no Estado devedor. A lei garante que, para quitar os débitos, é possível emitir títulos correspondentes ao valor da dívida. Entretanto, valendo-se desta lei, alguns Estados emitiram papéis de forma irregular desviando os recursos. As operações, feitas entre 1994 e 1996, ficaram conhecidas como o "escândalo dos precatórios".

Pregão -
Sessão em que se efetuam negócios em uma Bolsa de Valores. Funciona da seguinte maneira: os operadores das diversas corretoras anunciam em voz alta quais são as ações que eles querem comprar ou vender, e a que preço. Os negócios são fechados assim, aos gritos na sala do pregão, e formalizados no final do dia.

Previdência privada -
Sistema de pensão administrado por instituições financeiras e que tem como finalidade complementar a aposentadoria paga pela previdência pública oficial.

Privatização -
Processo de venda em leilão de uma estatal para uma companhia ou consórcio de empresas do setor privado.

Procon -
Instituições de proteção e defesa do consumidor, encarregadas de defender as pessoas contra o abuso econômico.

Recessão - É uma fase em que a atividade econômica se encontra em contração. Os principais indicadores de que um país está em recessão são queda da produção, aumento do desemprego, diminuição das taxas de lucro e crescimento do número de falências e concordatas.

Renda fixa - São títulos cujo rendimento está previamente definido. Esse rendimento pode ser pré-fixado ou pós-fixado. Entre os investimentos de renda fixa estão os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), cadernetas de poupança e a maioria dos títulos públicos.

Renda per Capita - A renda per capita representa quanto cada habitante receberia se o valor do produto nacional bruto (PNB) de um país fosse distribuído igualmente entre todos sem considerar a concentração de riquezas. A renda per capita, obtida a partir da divisão da renda total de um país pela população, é um indicador usado para medir o grau de desenvolvimento de uma nação.

Rentabilidade - É a taxa que indica o retorno de um investimento. Calcula-se dividindo o lucro obtido pelo valor do investimento inicial.

Reservas -
Recursos que um país tem disponíveis para gastar imediatamente, caso tenha urgência. São usadas, principalmente, para cobrir déficits nas contas internacionais, como o pagamento de juros de dívidas, e garantir a estabilidade da moeda, evitando ataques especulativos, por exemplo.

Resgate -
Saque em dinheiro dos dividendos pagos por um lote de ações ou fundo de investimento, depois de um período de aplicação. Ao sacar, o investidor está vendendo seus papéis ou suas cotas em um fundo.

Risco -
Possibilidade de um investidor ganhar ou perder dinheiro. Para compensá-la, pagam-se juros com o objetivo de oferecer lucros. Quanto maior o risco, maior a rentabilidade. O investidor somente deve aplicar seu dinheiro num investimento quando conseguir entender o nível de risco que está assumindo. No cenário internacional, avalia-se também a chance de um país mudar sua política a ponto de interferir nos pagamentos a credores estrangeiros. Este risco está embutido na taxa de juros cobrada por empréstimos estrangeiros

Securitização -
Operação que, na prática, significa trocar uma dívida por outra. Muito usada por países com dívidas externas, consiste na emissão de títulos em valor correspondente ao da dívida que está para vencer. Esses papéis são lançados no mercado e quem os compra terá a garantia de receber em longo ou médio prazo seu dinheiro de volta corrigido com uma taxa de juros vantajosa. O dinheiro obtido com esta operação é então usado para quitar a dívida que bate à porta.

Seguridade Social - Conjunto de políticas governamentais de auxílio ou proteção a desempregados, aposentados, inválidos ou pessoas impossibilitadas de gerar renda. Divide-se em dois setores: a previdência e a assistência social. A primeira é voltada para o pagamento de benefícios aos trabalhadores que se aposentam depois de décadas de contribuição. Assiste também os pensionistas, aqueles que, por motivos especiais, recebem ajudam mensal, mesmo sem ter contribuído. A cobertura engloba, em geral, acidentes de trabalho, afastamento por doença, seguro-saúde e seguro-desemprego. A assistência social se estende a toda a população, inclusive a quem não paga impostos, oferecendo auxílio, como a renda para idosos, cuidados com saúde (tratamento médico, hospitalização e compra de medicamentos), e, em determinadas nações, ajuda financeira a pessoas incapazes de garantir a própria subsistência.

Selic - Sigla de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. É um sistema computadorizado do Banco Central onde são registradas todas as operações de débitos e créditos feitas apenas entre bancos e demais instituições financeiras credenciadas. Seu funcionamento é parecido com o sistema de compensação de cheques só que para títulos públicos. É por meio dessas trocas que o governo consegue dinheiro emprestado dos bancos. Pelo Selic, portanto, é possível calcular a média dos juros que o governo paga aos bancos que lhe emprestam dinheiro. Essa média, que é a Taxa Over-Selic, serve de referência para o cálculo de todas as outras taxas de juros do País. Por isso ela é também chamada de taxa de juro básico.

Sociedade anônima -
Empresa cujo capital é dividido em ações (negociadas ou não nas Bolsas de Valores). Quem tem o maior número de ações é responsável pela sua administração.

Taxa de Juros Real -
Taxa obtida subtraindo-se o índice de inflação de determinado período da taxa de juros nominal. Ela reflete a correção monetária necessária para compensar a desvalorização da moeda. Um exemplo: se a taxa de inflação é de 9% ao ano e no mesmo período os juros nominais são de 8%, então o resultado é uma taxa de juros real negativa. Isso significa que esta taxa não é suficiente para compensar a desvalorização da moeda.

Títulos Públicos (ou títulos da dívida pública) - Emitidos pelo Banco Central e pelo Tesouro Nacional, são papéis vendidos no mercado para captar recursos financeiros e financiar a dívida pública federal, estadual e municipal. Em troca, pagam taxas de remuneração.

Ufir (Unidade Fiscal de Referência) -
É um índice usado para atualização monetária de tributos e multas.

União Européia (UE) - Bloco econômico formado por 15 países europeus. Em sua área de abrangência não existe apenas uma união aduaneira. Os cidadãos desses países têm direito de livre acesso a qualquer país, sem restrições. Existe, inclusive, a moeda única (o euro). Apesar de não ser usado ainda como forma de pagamento, serve de referência para operações do mercado financeiro e contratos comerciais. Fazem parte do bloco os seguintes países: Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália, Luxemburgo, Dinamarca, Irlanda, Reino Unido, Espanha, Grécia, Portugal, Áustria, Finlândia e Suécia.

Valor - Atributo que confere a qualquer produto a qualidade de bem econômico.

Valor de mercado -
Também definido como valor venal, representa o valor com que determinado produto pode ser comercializado, de acordo com a lei de oferta e procura. Por isso, não tem a ver com o valor real de um produto que incorpora, inclusive, os custos de fabricação.

Viés -
Termo que designa tendência. No Brasil passou a ser utilizado nas reuniões do Copom (Conselho de Política Monetária). Uma vez por mês o comitê divulga a taxa básica de juros (Selic) e seu respectivo viés, que pode ser de alta ou baixa. Neste caso, o viés indica o que pode acontecer com a taxa no mês seguinte.

Volatilidade -
É a intensidade e freqüência de variação de preços de um ativo financeiro ou de índices de uma Bolsa de Valores.

Wall Street - Nome da rua de Nova York onde se concentram a Bolsa de Valores, várias Bolsas de Mercadorias e a sede das mais importantes instituições financeiras dos Estados Unidos.

Para ter acesso ao Glossário completo de termos acesse:

http://www.bcb.gov.br/glossario.pdf.

http://www.portalbrasil.net/economia_glossario.htm