segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Mera coincidencia ou marketing político



Qual é o perfil profissional do assessor político. Com base no Artigo - Marketing Político: Um mal necessário? E o filme Mera Coincidência, do diretor Barry Levinson fiz uma análise sobre o tema. O filme é uma sátira ao mundo da política e do show business, mostra em tom irônico toda a manipulação feita pela mídia e sua influência sobre o público. Apresenta como a assessoria de imprensa de um presidente norte-americano consegue driblar a mídia e tirar o foco de um fato verídico (escândalo sexual envolvendo o chefe de estado, candidato a reeleição, as vésperas do pleito eleitoral) para uma notícia inventada (guerra contra Albânia). No intuito de alcançar seus objetivos, os assessores de imprensa da presidência fazem um cuidadoso plano: um verdadeiro “esquema” antiético, baseado em mentiras e fantasias.

Para definirem Marketing político as autoras do artigo, Fernanda Lima e Cliciane de Jesus Salin, citam Rubens Figueiredo - marketing político é todo o conjunto de técnicas que têm por objetivo adequar um candidato, procurando fazê-lo conhecido do maior número de eleitores, mostrando-o diferente de seus adversários, ou seja, visa garantir a maior adesão possível a uma idéia ou causa.

O marketing político e eleitoral transformou-se em um instrumento indispensável para as campanhas políticas e os mandatos. Segundo o artigo o discurso político tem se assemelhado cada vez mais ao discurso publicitário: seduz e convence o eleitor. As campanhas têm mais o caráter emocional que ideológico, com apelo até para as esperanças. Estes são artifícios utilizados pelos protagonistas do filme. Eles apelam para emoção, o sentimento de patriotismo do povo americano. O presidente é o único que pode assegurar o modo de vida americano. Afinal “não se troca de cavalo na correnteza”.

No filme os assessores de imprensa não são profissionais que se pautam pela ética. O que vale é a defesa do acessorado, a todo custo, até da vida de um ser humano. No entanto mesmo utilizando técnicas desabonadoras eticamente, os protagonistas usam procedimentos interessantes de persuação e convencimento do público, que podem ser assimiladas e utilizadas na vida real. Temos como exemplo, que para chamar a atenção da imprensa, os assessores jogam a isca e utilizam a estratégia de negar o fato. “bombardeiro 3B, que bombardeiro 3b”. Isso atraia a imprensa e a deixa a merce da manipulação dos assessores do governo.

Percebe-se, portanto, através deste filme, o quanto a imagem de um homem público ou de uma instituição como a Presidência da República é importante e precisa ser construída positivamente. Mesmo que para isto seja necessário falta de ética, uso de mentiras, e da máquina pública para financiar todo esse processo. Observa-se ainda, como a opinião pública e a mídia podem ser manipuladas e, esta última, por sua vez, sustenta um verdadeiro simulacro diante da realidade. No texto temos a imagem do atual presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. O marqueteiro Duda Mendonça mudou a figura de um candidato de barba mal cuidada, aspecto desleixado e fala grosseira. E o transformou em um homem fino, de ternos elegantes e fala mansa. E ao contrario de sua primeira campanha, ao final lula foi eleito com a maioria dos votos.

Na atualidade não existem mais processos eleitorais sem as técnicas de marketing e pesquisas de opinião. Não se faz o debate de propostas. Não vence o melhor candidato, mas sim o que tem o melhor assessor de imprensa e marketing. Então devemos entrar no mercado profissional conscientes de que vamos enfrentar: a concorrência desleal, a falta de ética e a vaidade de todos os lados na busca pelo poder. Então devemos estar preparados para enfrentar e se necessário “matar um leão por dia”. E a arma já nos foi apresentada: a argumentação.

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