quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Do português ao economês


Talvez a maior dificuldade do jornalista econômico e falar de assuntos complexos e trazê-los para o dia-a-dia das pessoas comuns. Para isso é preciso não só compreender o tema, mas conseguir explicá-lo de forma a ser compreendido pelo público. O Jornalismo Econômico bem escrito deve ser simples, claro, direcionado ao público-alvo, preciso e inteligível.

O Jornalismo especializado na cobertura e debate de temas ligados à economia, negócios e finanças teve grande expansão, com o aparecimento de cadernos de economia nos jornais de informação geral, a consolidação de veículos especializados tradicionais e o surgimento de novos representantes focados nesta temática. Temos como referências importantes no cenário nacional os jornais Gazeta Mercantil, Valor Econômico e Jornal do Commercio/RJ; as revistas Exame, Carta Capital, Isto É, Dinheiro, Forbes, Amanhã e América Economia, dentre outras, e os cadernos de economia dos principais jornais brasileiros.

Há vários jornalistas no Brasil que atuam nesta área e são referência. Aqui destaco dois: Luis Nassif e Joelmir Beting.

A Internet tem valorizado o Jornalismo Econômico, com o surgimento de sites especializados em negócios, economia e finanças, além daqueles que representam meras extensões dos veículos.

Para atuar no jornalismo econômico deve-se ter o domínio do “economês”. Ou seja, compreender determinados termos específicos e jargões da área. Elaborei um glossário com os principais, tomando como base sites e blogs de econômia.

Jornalismo Econômico é a especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados à Economia do país, da cidade ou do mundo, além de temas relacionados como Tecnologia, Emprego e Mercado Imobiliário.

As primeiras coberturas de Economia surgiram ainda no século XVII, junto com os primeiros boletins noticiosos publicados por banqueiros e comerciantes europeus (ver História da Imprensa). No início da imprensa industrial, no entanto, estas editorias tinham destaque tímido e publicavam matérias de interesse restrito, como cotações de moedas estrangeiras, valores de gêneros alimentícios, informes sobre falências e concordatas, entre outras.

O Jornalismo Econômico nos países de sistema capitalista é particularmente concentrado na iniciativa privada (empresas particulares) e sua relação com o setor público (governos, empresas estatais, órgãos públicos). Já nos países de sistema socialista — como já houve vários e até hoje existem —, a pauta é mais dependente das políticas de governo, das metas oficiais e das empresas estatais, além da chamada "economia popular".

Ações - Títulos que indicam a participação do possuidor na propriedade de uma determinada companhia e lhe dão direito a parte dos lucros.

Acionista - É o proprietário de ações de uma empresa. Há dois tipos de acionistas: o majoritário e o minoritário. O majoritário é aquele que possui pelo menos metade das ações de uma companhia e mais uma ação. É quem detém o controle da companhia. O minoritário possui cotas pequenas de ações sem direito a voto.

Ágio - Diferença entre o que vale e o que se paga por determinado bem ou produto. Se essa diferença for positiva existe ágio, se for negativa, deságio.

Alavancagem - Relação entre o capital de uma empresa e a quantia que ela toma emprestado no mercado. Quanto mais alavancada, mais endividada está a empresa e, portanto, há mais risco de ter problemas financeiros.

Amortização - Redução gradual de uma dívida por meio de pagamentos periódicos combinados entre o credor e o devedor. Empréstimos bancários e hipotecas são, em geral, pagos dessa forma.

Ativos - Bens, créditos ou valores que formam o patrimônio de uma empresa. Os três principais tipos de ativos são: o circulante, o fixo e o financeiro. O ativo circulante é o dinheiro que a companhia tem em caixa, ou qualquer outra coisa que possa ser transformada em dinheiro vivo imediatamente. O ativo fixo é tudo o que a empresa não tem intenção de vender no curto prazo, como prédios, móveis, máquinas e equipamentos. Ativo financeiro são as aplicações feitas no mercado financeiro. Aí entram títulos de renda fixa públicos e privados, caderneta de poupança, ações, ouro, moedas estrangeiras, entre outros.

Balança Comercial - Resultado das exportações e importações realizadas por um País. Quando as exportações são maiores que as importações registra-se um superávit na balança. O contrário significa déficit.

Balanço -
Informações econômico-financeiras que uma empresa apresenta ao mercado com determinada periodicidade. Entram nesta lista bens, créditos, dívidas e compromissos da companhia. Quem negocia ações na Bolsa de Valores é obrigado a publicar o balanço para que sirva de referência a investidores na hora de decidir comprar papéis daquela empresa.

Banco Central (BC ou Bacen) - Autoridade monetária do País responsável pela execução da política financeira do governo. Cuida ainda da emissão de moedas, fiscaliza e controla a atividade de todos os bancos no País.

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - Órgão internacional que visa ajudar países subdesenvolvidos e em desenvolvimento na América Latina. A organização foi criada em 1959 e está sediada em Washington, nos Estados Unidos.

Banco Mundial - Nome pelo qual o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) é conhecido. Órgão internacional ligado a ONU, a instituição foi criada para ajudar países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - Empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que tem como objetivo financiar empreendimentos para o desenvolvimento do Brasil.

Base Monetária - É o total de moeda do País. Inclui, além das cédulas e moedas em circulação, os depósitos a vista e a prazo, títulos, poupança, entre outros.

Bens - Tudo aquilo que tem utilidade, com ou sem valor econômico.

Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) - Sediada em São Paulo, ela realiza dois tipos de negócios: a vista ou futuro. Quem paga a vista movimenta um mercado em que são fechados contratos de compra e venda de commodities, principalmente mercadorias agropecuárias (gado, café, açúcar, feijão e soja) e o ouro. Nas negociações futuras entram os contratos de dólar, boi gordo, o índice Bovespa, juros, e a maioria das commodities. Quem recorre a esses mercados geralmente tem um objetivo: proteger-se de flutuações nos preços dos produtos ou mercadorias.

Bolsa de Valores - Local onde se negociam títulos emitidos por empresas privadas ou estatais. O título dá ao portador o direito de propriedade sobre uma quantia em dinheiro, pela qual responde o emissor do documento. Tais operações servem para as empresas captarem recursos dos quais não dispõem.

Brazilian Depositary Recepts (BDR) - Títulos emitidos por bancos nacionais de empresas estrangeiras interessadas em fazer negócios ou captar investimentos no País.

Cade -
Órgão do governo criado em 1965 com a finalidade de defender a livre concorrência, encarregando-se de prevenir e repreender abusos de poder econômico como, por exemplo, a formação de cartéis.

Caderneta de poupança -
Contas bancárias especiais, criadas a partir de 1966, cujos depósitos recebem correção monetária e juros definidos em 6% ao ano.

Caixa 2 -
Expressão que define o dinheiro não registrado que entra em uma empresa e que, por isso, pode ser utilizado sem que sobre ele incidam impostos. Esta prática é enquadrada judicialmente como crime por sonegação de impostos.

Câmbio - Operação financeira de venda, troca ou compra de valores em moedas de outros países. É um elemento do sistema monetário internacional, regulamentado durante a Conferência de Bretton Woods (New Hampshire, EUA, 1944), com o objetivo de facilitar as transações entre países. A partir desta Conferência, todas as moedas passam a ter o dólar americano como padrão em substituição ao ouro.

Câmbio flutuante - É o sistema em que as operações de compra e venda de moedas funcionam sem controle sistemático do governo. Neste caso, o valor das moedas estrangeiras flutua de acordo com o interesse e com a oferta e a procura no mercado.

Capital -
É o dinheiro investido em atividades em que existe possibilidade de perdas. Normalmente estes investimentos são feitos por empresas ou instituições privadas. As empresas de capital aberto são aquelas sociedades anônimas autorizadas a vender ações nas bolsas de valores.

Capitalização -
Aumento do patrimônio de uma empresa com a injeção de dinheiro novo. Há basicamente duas formas disso acontecer: pela emissão de ações ou títulos (que são vendidos, e o dinheiro resultante é incorporado ao capital da empresa) ou pela venda de parte da companhia a um novo sócio.

Carteira -
Valor que uma pessoa física ou jurídica possui em um tipo de investimento. Quem aplica em Bolsa, por exemplo, tem uma carteira de ações.

Cartel -
O termo é usado normalmente para definir grupos empresariais que se unem para controlar a oferta de determinado produto e obter preços mais altos. Para fazer isso, esses grupos impedem que novas empresas atuem no setor. Quando isso acontece, eles passam a praticar preços artificialmente baixos, até que o novo concorrente não consiga mais vender seus produtos e acabe quebrando.

Casa da Moeda -
Instituição que fabrica moedas e imprime cédulas no Brasil sob determinação do Banco Central. Ela detém ainda o monopólio sobre a impressão de passaportes e selos postais.

CDI -
Taxa média dos empréstimos feitos entre os bancos. Esses empréstimos são registrados por uma instituição chamada Cetip (Central de Custódia e Liquidação de Títulos Privados).

CMN (Conselho Monetário Nacional) -
Formado por órgãos públicos e entidades privadas, ele atua como uma espécie de fiscal da política econômica. Faz parte de suas atribuições corrigir surtos de inflação ou deflação, fixar normas para a política cambial, coordenar as políticas de crédito, monetária, fiscal, orçamentária e a dívida pública (interna e externa). Também fixa normas da política cambial, aprova orçamentos monetários, limita as taxas de juros e disciplina o crédito.

Cofins -
Taxa cobrada pelo governo federal equivalente a 3% da receita bruta mensal das empresas. Os recursos são destinados à Previdência Social.

Comissão Nacional de Bolsas de Valores (CNBV) -
Entidade civil brasileira que reúne todas as Bolsas de Valores do País.

Commodity -
Termo usado em transações comerciais internacionais para designar um tipo de mercadoria em estado bruto ou com um grau muito pequeno de industrialização. As principais commodities são produtos agrícolas (como café, soja e açúcar) ou minérios (cobre, aço e ouro, entre outros).

Concordata -
Recurso jurídico que permite a uma empresa incapaz de quitar seus débitos em prazos pré-determinados continuar em funcionamento.

Contas públicas -
Total de receitas e gastos de todas as esferas do poder. Entram nesta conta o Produto Interno Bruto (PIB), a renda nacional, o consumo, os gastos do governo, os impostos recebidos pelo Tesouro, as transações com o exterior e o capital consolidado. Os valores são apresentados em termos correntes e também corrigidos pela inflação acumulada no período do cálculo.

Copom -
Conselho ligado ao Banco Central que se reúne duas vezes por mês para definir a taxa de juros básica da economia — aquela que remunera os títulos do governo, e que serve de referência para os bancos fixarem as suas taxas de juros. Inspirado no modelo americano, o Copom foi criado em 1996, com o objetivo de proporcionar maior transparência ao processo decisório.

Correção monetária -
É o reajuste periódico de certos preços na economia pelo valor da inflação passada, com o objetivo de compensar a perda do poder aquisitivo da moeda.

Corretagem -
É o ato de intermediar uma transação entre comprador e vendedor de títulos, ações, imóveis e outras mercadorias

Cota -
Fração com que cada sócio participa do capital de determinada empresa de responsabilidade limitada.

Cotação -
Preço de cada um dos títulos, ações, moedas estrangeiras ou mercadorias negociadas na Bolsa da Valores ou na Bolsa de Mercados e Futuros.

Crédito Internacional -
Transações financeiras entre bancos, empresas e governos de países diferentes, pelas quais uma parte empresta dinheiro mediante compromisso de restituição. A origem dos recursos pode ser um governo, organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, e bancos ou instituições privadas.

Custo Brasil - Nome genérico dado à série de custos ou despesas que incidem sobre a produção, tornando difícil ou desvantajoso para o exportador colocar seus produtos no mercado internacional ou competir com importados no Brasil. Entram nesta lista custos que vão desde os encargos sociais e o excesso de impostos cobrados sobre os produtos até a falta de estradas para transportar as mercadorias, por exemplo.

CVM (Comissão de Valores Mobiliários) -
Criada em 1976 para, juntamente com o Conselho Monetário Nacional, estabelecer as normas e diretrizes de funcionamento do mercado de valores, tem, sob sua jurisdição as Bolsas de Valores e sociedades corretoras, os bancos de investimento, as sociedades distribuidoras, as companhias abertas, agentes autônomos de investimento e as carteiras de depósito de valores mobiliários, fundos e sociedades de investimento, auditores independentes, consultores e analistas mobiliários.

Déficit - Resultado de uma conta em que as despesas são sempre maiores que as receitas. Ou seja, sai mais dinheiro que entra. Quando há esse desequilíbrio nas contas públicas, dizemos que há um déficit público. Esse pode ser déficit (público) primário – que não inclui gastos com juros das dívidas interna e externa – ou nominal – que leva em conta as despesas com juros das duas dívidas.

Deflação -
É o oposto de inflação, a queda no índice de preços. Mas nem sempre isso é bom. Com deflações sucessivas, um país mergulha em recessão porque há queda no consumo. As empresas, então, baixam seus preços para tentar reverter a situação. Se isso não ocorre, pode haver demissões e redução nos investimentos.

Demanda -
Nome dado às necessidades ou desejo de consumo, individual ou coletivo, de bens e serviços. A relação entre oferta e demanda é um dos fatores determinantes de preços no mercado. Se a oferta for maior que a demanda, por exemplo, o preço tende a cair. Já, se a oferta não der conta da demanda, o preço tende a aumentar.

Derivativos -
Operações feitas no mercado financeiro em que o valor das transações deriva do comportamento futuro de outros mercados, como o de ações ou de juros, por exemplo. Há três tipos de derivativos: futuros – que servem para proteger o investidor das flutuações nos preços normais – mercadorias negociadas pelo seu preço de entrega no futuro (dias, meses, anos). Opções – muito usada no mercado de commodities e mercado futuro de ações – contratos que reservam ao seu possuidor o direito de comprar ou vender mercadorias ou título em uma data futura e a um preço pré-determinado. Swaps – do inglês, troca, permuta – contrato que permite trocar em uma data futura pré-determinada, um investimento por outro. Dessa forma, é possível fazer um swap de ações por opções, por exemplo.

Desemprego -
Situação em que pessoas pertencentes a população economicamente ativa e que se encontram sem emprego formal, com registro em carteira.

Dívida externa - Dívida externa é a somatória dos débitos de um país, resultantes de empréstimos e financiamentos contraídos no exterior pelo próprio governo, por empresas estatais ou privadas. Esses recursos podem ser provenientes de governos, entidades financeiras internacionais (FMI, Banco Mundial, etc.), bancos ou empresas privadas.

Dívida interna - Total de débitos assumidos pelo governo junto às pessoas físicas e jurídicas residentes no país. Quando as despesas do governo superam a receita, há necessidade de dinheiro para cobrir o déficit. Para enfrentar essa situação, o governo tem três opções: emissão de papel-moeda, aumento da tributação e lançamento de títulos.

Dividendo - Valor pago, quase sempre em dinheiro, aos acionistas de uma empresa, quando reparte parte dos seus lucros. Isso acontece, em geral, uma vez por ano.

Dolarização -
Substituição total das moedas de um país pelo dólar americano. Foi o que fez o Equador em fevereiro de 2000, e a Guatemala, no início de maio de 2001.

Dow Jones -
Índice que mostra a variação das 30 ações mais negociadas na Bolsa de Nova York.

Especulação - Operação financeira feita no mercado com o objetivo de obter ganho rápido. Um especulador, em geral, compra títulos ou commodities que estão com o preço em baixa para vende-los em alta. Mas como é difícil prever o comportamento do mercado, pode-se ganhar fortunas ou registrar perdas estrondosas.

Exportação -
Vendas de bens e serviços de um país em outro. É uma importante ferramenta de política econômica porque com as exportações superando as importações há saldo na balança comercial. Ou seja: dólares em caixa.

Falência - Sentença judicial decretada pela falta de pagamento aos credores. Pode ser voluntária ou involuntária, como resultado de ações dos credores da empresa.

Faturamento - Valor total recebido com a venda de produtos ou serviços de uma empresa. Entram ainda nesta conta os ganhos obtidos com aplicações financeiras ou venda de ativos. É diferente de receita

Federal Reserve Bank (Fed) - É o Banco Central americano.

Fluxo de Caixa - Movimentação do caixa de uma empresa resultante de pagamento ou recebimento de dinheiro.

Franquia -
Livre entrada (ou saída) de mercadorias em um país, sem pagamento de impostos ou controle alfandegário.

Fundo de investimento -
É uma espécie de condomínio de investidores que funciona da seguinte maneira: o dinheiro é entregue a um profissional que irá administrá-lo. Cabe a ele encontrar os investimentos disponíveis no mercado (ações, títulos, entre outros) que podem oferecer a melhor rentabilidade à bolada que irá aplicar.

Fundo Monetário Internacional (FMI) -
Agência especializada das Organizações das Nações Unidas (ONU) criada em 1944 para promover a cooperação financeira entre os países-membros. Cada um deles tem direito à cota de saques durante o ano e existe ainda um esquema paralelo de ajuda a países em dificuldades financeiras.

Globalização - Processo de interdependência econômica mundial que acontece com a abertura do comércio internacional. Significa um avanço do capitalismo, um mecanismo que busca a redução de custos e o aumento da produtividade na fabricação de mercadorias. Há dois ingredientes fundamentais para a consolidação desse fenômeno: a queda de barreiras alfandegárias entre os países e a revolução tecnológica, em particular no campo da informação (computador, telefone, televisor e internet). A combinação desses fatores provoca drásticas mudanças no processo produtivo, liderado por empresas transnacionais, e na forma como são feitos os investimentos mundiais.

Hiperinflação - Diz-se hiperinflação quando os preços aumentam tanto e tão rápido que todos gastam o dinheiro assim que o recebem. Essa velocidade no consumo se dá devido ao temor de que o dinheiro perca seu valor. A partir daí, a confiança da população na estabilidade da moeda é destruída e busca-se investir em moedas estrangeiras, ouro, imóveis.

Ibovespa - Índice que mostra a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. É o mais usado porque reflete o resultado do pregão.

IBX -
Índice que espelha o comportamento das 100 ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Imposto de Renda (IR) - Tributo cobrado sobre os rendimentos recebidos durante o período de um ano. Criado em 1922, é cobrado de pessoas físicas e jurídicas com taxas proporcionais ao patrimônio e rendimentos.

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) -
Imposto embutido nos preços de mercadorias e serviços. O percentual varia conforme o produto (ou serviço) e o Estado, que tem autonomia para defini-lo. Para alterá-lo a situação é diferente. É preciso ter a aprovação do Conselho de Política Fazendária (Confaz), um colegiado composto pelos secretários da Fazenda de todos os Estados.

Inadimplência - Situação em que uma pessoa ou empresa deixa de cumprir um contrato, particularmente no que se refere a prazos de pagamentos.

Indexação -
Mecanismo de política econômica que atrela rendimentos monetários a índices fixados pelo governo. É uma forma de conter a desvalorização de salários, pensões e alugueis quando há inflação. Com a estabilização do Real, a indexação foi parcialmente eliminada no Brasil.

Índices Financeiros -
Valores numéricos utilizados para o cálculo de um determinado produto, setor ou da inflação entre um mês e outro e calculados por institutos de pesquisas, fundações especializadas, departamentos sindicais e órgãos governamentais, tomando-se por base determinados produtos ou serviços. Para saber tudo sobre cada índice financeiro brasileiro atualizado, seu histórico e ainda a composição de cada um deles,
clique aqui e visite cada seção específica.

Índice Geral de Preços (IGP) - Índice de inflação calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que leva em conta três outros índices: Índice de Preços por Atacado (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e pelo Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC).

Inflação - A inflação é usualmente conceituada como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços, que resulta em perda ininterrupta do poder aquisitivo da moeda. Altas esporádicas e localizadas em alguns preços, portanto, não podem ser qualificadas como um processo inflacionário. A inflação é medida por meio de índices calculados por entidades governamentais ou privadas. (Clique aqui para ler sobre os índices financeiros brasileiros e suas respectivas cotações).

INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) - Índice de inflação apurado pelo IBGE em dez regiões metropolitanas do País.

Investimento estrangeiro -
O investimento estrangeiro consiste na aquisição de empresas, equipamentos, instalações, estoques ou interesses financeiros de um país por empresas, governos ou indivíduos de outros países.

IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) - Imposto pago por pessoas físicas e jurídicas quando fazem empréstimos, recebem valores de um seguro e compram ou vendem moeda estrangeira, títulos ou ouro.

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) -
Criado em 1966, incide na produção de mercadorias no País. Este imposto é então embutido no preço do produto e pago pelo consumidor na hora da compra. A alíquota é variável. Artigos considerados supérfluos (como cigarros e bebidas) têm imposto mais alto. Para gêneros de primeira necessidade, o IPI é menor. Produtos de exportação estão isentos.

Juros -
Juro é a remuneração que o tomador de um empréstimo tem que pagar ao proprietário do capital emprestado. O juro pode ser simples ou composto. O juro é simples quando calculado sobre o montante do capital. É composto quando o juro vencido e não pago é somado ao capital emprestado, formando um montante sobre o qual é calculado o juro seguinte (capitalando) e assim sucessivamente.

Maxidesvalorização - Desvalorização drástica de uma moeda.

Mercado de balcão - É o onde são negociadas ações de empresas que não têm autorização para operar na Bolsa de Valores. As operações de compra e venda são, então, fechadas por telefone ou por um sistema eletrônico de negociação.

Mercado de capitais -
Rede formada pelas Bolsas de Valores e instituições financeiras (bancos, corretoras e seguradoras) que negociam papéis (ações e títulos) a longo prazo. Sua função é direcionar recursos para financiamentos ao comércio, indústria e até para o governo. Está, portanto, relacionado ao crescimento econômico do País.

Mercado Financeiro - Setor da economia responsável pela captação de recursos entre investidores para financiar atividades produtivas ou simplesmente gerar lucros para quem empresta dinheiro. Tanto o governo quanto as instituições privadas podem fazer a captação. Mas, em geral, ela acontece nas diversas bolsas de valores, corretoras, bancos e seguradoras. O gerenciamento dessa prática é regulado pelo governo dos países por meio de uma rede de instituições, em que se destaca o banco central. É dele que partem as regras de política monetária, que define a taxa de juros a ser paga a quem empresta dinheiro, e de política cambial, que fixa as regras para estabelecer a cotação da moeda local em relação às demais, em particular o dólar.

Mercado monetário - Conjunto formado por bancos comerciais e empresas financeiras de crédito que também participam do mercado de capitais. A diferença é que operam no curto ou curtíssimo prazo.

Mercosul - O Mercado Comum do Cone Sul é um acordo comercial assinado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai em 1991. Há ainda dois membros associados: o Chile (desde 1996) e a Bolívia (desde 1997). Ambos negociam a entrada no bloco econômico, que pretende fixar tarifas externas comuns para todos esses países e eliminar barreiras alfandegárias.

Moeda -
Unidade de valor-padrão utilizada como instrumento de troca por uma comunidade. É o meio pelo qual os preços são expressos, as dívidas liquidadas, as mercadorias e os serviços pagos e a poupança efetuada. A moeda corrente é o dinheiro oficial de um país para todos os tipos de transação.

Monopólio - Situação em que uma empresa domina sozinha a produção ou comércio de uma matéria-prima, produto ou serviço e que, por isso, pode estabelecer o preço à vontade.

Moratória -
Prorrogação do prazo concedido para pagamento de uma dívida, obtida em acordo entre o devedor e o credor. Nas relações comerciais internacionais, a palavra é usada para definir a declaração unilateral de um país de que ele não pagará sua dívida no prazo determinado.

Nasdaq - Criada nos Estados Unidos, em 1971, a National Association of Security Dealers Automated Quotation System foi a primeira bolsa do mundo a negociar exclusivamente ações de empresas de Internet, informática e tecnologia. Como as operações de compra e venda são feitas por meio de computadores no mercado de balcão, a Nasdaq ficou conhecida como a “bolsa eletrônica”.

Oligopólio - Grupo de empresas que detém o controle de determinado mercado, seja ele o fornecimento de um produto, serviço ou matéria-prima. Alguns economistas acreditam que esta prática é nociva porque, dominando um mercado, essas empresas limitariam custos de produção e ditariam o preço dos produtos para aumentar a margem de lucro. Mas, recentemente, há uma tendência em se defender o contrário. Com a formação de vários conglomerados concorrentes, seria possível garantir preço estável, inibindo a formação de cartéis.

OMC (Organização Mundial do Comércio) -
Órgão internacional criado em 1995 para regulamentar o livre comércio entre os seus países-membros. Enquanto isso não acontece, ela trata de administrar tratados bilaterais, estabelecer fóruns de negociação comercial, mediar disputas e monitorar políticas comerciais nacionais.

Orçamento da União -
Planejamento anual feito pelo governo federal para calcular as quantias que devem entrar e sair dos cofres públicos. É daí que saem recursos para financiar obras e pagar funcionários, por exemplo. Esta conta é sempre apresentada como projeto ao Congresso Nacional, onde pode ser aprovada na íntegra ou receber emendas (os deputados e senadores podem mudar o destino de verbas ou cortar gastos previstos). Depois de aprovado, segue para sanção do presidente da República e vira lei. O orçamento sempre tem validade para o ano seguinte de sua aprovação.

Overnight -
Operações de troca de dinheiro por um dia, para resgate no primeiro dia útil seguinte. No mercado é comum usar a abreviação over para este tipo de operação.

Paraísos fiscais - Pequenos países onde os impostos são muito baixos ou inexistentes, o que atrai multinacionais. Para fugir da alta tributação em seu país de origem, elas acabam instalando suas filiais nesses paraísos. Outro atrativo é a garantia absoluta de sigilo bancário. É por isso que muitas pessoas depositam ali o dinheiro obtido em operações ilegais. São paraísos fiscais: Bahamas, Libéria, Ilhas Cayman, Luxemburgo e Suíça.

Passivos -
Conjunto das dívidas e obrigações de uma empresa. É o oposto do ativo.

Patrimônio -
Conjunto dos bens de uma pessoa ou empresa administrados de forma a dar lucro ou gerar renda. No caso de uma empresa, o patrimônio é a diferença entre o que a companhia tem (ativo) e suas dívidas (passivo). Se o resultado é positivo, obtém-se o patrimônio líquido. Se for negativo, o passivo líquido.

Penhor -
Entrega de bens móveis (jóias, por exemplo) a um credor como garantia de pagamento da dívida. Em casos de o devedor não quitar seus débitos na data prevista, o credor toma posse do bem penhorado. É diferente de penhora.

Penhora -
Apreensão judicial de bens de um devedor no valor equivalente ao total de sua dívida. Isso pode acontecer se ele não quitar sua dívida no prazo acertado com o credor.

PIB - Sigla de "Produto Interno Bruto", principal indicador da atividade econômica. É o valor de todos os bens e serviços produzidos dentro das fronteiras de um país, independentemente da nacionalidade do produtor. Existem dois tipos: o PIB total é expresso em valores do ano analisado; o PIB real é a "tradução" dos resultados para valores atuais, descontando-se a inflação e a variação da taxa de câmbio (uma vez que geralmente é expressa em dólares norte-americanos).

PNB - Sigla de "Produto Nacional Bruto", que é a expressão em valor monetário de todos os bens e serviços produzidos com recursos de um país, empregados dentro ou fora do território nacional, pertencentes a pessoas ou empresas. Ao contrário do PIB, inclui o resultado de empresas no exterior e desconta os investimentos de capital estrangeiro dentro do território nacional. Na prática, a diferença entre PIB e PNB representa o tamanho da renda enviada ao exterior ou recebida dele. Quando o PNB é inferior ao PIB, o país remete mais renda do que recebe. Se a relação for inversa, o país recebe mais renda que envia.

População economicamente ativa (PEA) - Parcela da população disponível para o trabalho assalariado. Não quer dizer, necessariamente, que todas as pessoas nesta situação estejam empregadas, mas que estejam na faixa etária considerada com aptidão para exercer uma função remunerada.

Precatórios -
Dívidas do próprio Estado cujo pagamento é determinado pela Justiça. Ou seja: não há mais chances de questioná-las nos tribunais. Se ainda assim não forem pagas, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode decretar intervenção federal no Estado devedor. A lei garante que, para quitar os débitos, é possível emitir títulos correspondentes ao valor da dívida. Entretanto, valendo-se desta lei, alguns Estados emitiram papéis de forma irregular desviando os recursos. As operações, feitas entre 1994 e 1996, ficaram conhecidas como o "escândalo dos precatórios".

Pregão -
Sessão em que se efetuam negócios em uma Bolsa de Valores. Funciona da seguinte maneira: os operadores das diversas corretoras anunciam em voz alta quais são as ações que eles querem comprar ou vender, e a que preço. Os negócios são fechados assim, aos gritos na sala do pregão, e formalizados no final do dia.

Previdência privada -
Sistema de pensão administrado por instituições financeiras e que tem como finalidade complementar a aposentadoria paga pela previdência pública oficial.

Privatização -
Processo de venda em leilão de uma estatal para uma companhia ou consórcio de empresas do setor privado.

Procon -
Instituições de proteção e defesa do consumidor, encarregadas de defender as pessoas contra o abuso econômico.

Recessão - É uma fase em que a atividade econômica se encontra em contração. Os principais indicadores de que um país está em recessão são queda da produção, aumento do desemprego, diminuição das taxas de lucro e crescimento do número de falências e concordatas.

Renda fixa - São títulos cujo rendimento está previamente definido. Esse rendimento pode ser pré-fixado ou pós-fixado. Entre os investimentos de renda fixa estão os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), cadernetas de poupança e a maioria dos títulos públicos.

Renda per Capita - A renda per capita representa quanto cada habitante receberia se o valor do produto nacional bruto (PNB) de um país fosse distribuído igualmente entre todos sem considerar a concentração de riquezas. A renda per capita, obtida a partir da divisão da renda total de um país pela população, é um indicador usado para medir o grau de desenvolvimento de uma nação.

Rentabilidade - É a taxa que indica o retorno de um investimento. Calcula-se dividindo o lucro obtido pelo valor do investimento inicial.

Reservas -
Recursos que um país tem disponíveis para gastar imediatamente, caso tenha urgência. São usadas, principalmente, para cobrir déficits nas contas internacionais, como o pagamento de juros de dívidas, e garantir a estabilidade da moeda, evitando ataques especulativos, por exemplo.

Resgate -
Saque em dinheiro dos dividendos pagos por um lote de ações ou fundo de investimento, depois de um período de aplicação. Ao sacar, o investidor está vendendo seus papéis ou suas cotas em um fundo.

Risco -
Possibilidade de um investidor ganhar ou perder dinheiro. Para compensá-la, pagam-se juros com o objetivo de oferecer lucros. Quanto maior o risco, maior a rentabilidade. O investidor somente deve aplicar seu dinheiro num investimento quando conseguir entender o nível de risco que está assumindo. No cenário internacional, avalia-se também a chance de um país mudar sua política a ponto de interferir nos pagamentos a credores estrangeiros. Este risco está embutido na taxa de juros cobrada por empréstimos estrangeiros

Securitização -
Operação que, na prática, significa trocar uma dívida por outra. Muito usada por países com dívidas externas, consiste na emissão de títulos em valor correspondente ao da dívida que está para vencer. Esses papéis são lançados no mercado e quem os compra terá a garantia de receber em longo ou médio prazo seu dinheiro de volta corrigido com uma taxa de juros vantajosa. O dinheiro obtido com esta operação é então usado para quitar a dívida que bate à porta.

Seguridade Social - Conjunto de políticas governamentais de auxílio ou proteção a desempregados, aposentados, inválidos ou pessoas impossibilitadas de gerar renda. Divide-se em dois setores: a previdência e a assistência social. A primeira é voltada para o pagamento de benefícios aos trabalhadores que se aposentam depois de décadas de contribuição. Assiste também os pensionistas, aqueles que, por motivos especiais, recebem ajudam mensal, mesmo sem ter contribuído. A cobertura engloba, em geral, acidentes de trabalho, afastamento por doença, seguro-saúde e seguro-desemprego. A assistência social se estende a toda a população, inclusive a quem não paga impostos, oferecendo auxílio, como a renda para idosos, cuidados com saúde (tratamento médico, hospitalização e compra de medicamentos), e, em determinadas nações, ajuda financeira a pessoas incapazes de garantir a própria subsistência.

Selic - Sigla de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. É um sistema computadorizado do Banco Central onde são registradas todas as operações de débitos e créditos feitas apenas entre bancos e demais instituições financeiras credenciadas. Seu funcionamento é parecido com o sistema de compensação de cheques só que para títulos públicos. É por meio dessas trocas que o governo consegue dinheiro emprestado dos bancos. Pelo Selic, portanto, é possível calcular a média dos juros que o governo paga aos bancos que lhe emprestam dinheiro. Essa média, que é a Taxa Over-Selic, serve de referência para o cálculo de todas as outras taxas de juros do País. Por isso ela é também chamada de taxa de juro básico.

Sociedade anônima -
Empresa cujo capital é dividido em ações (negociadas ou não nas Bolsas de Valores). Quem tem o maior número de ações é responsável pela sua administração.

Taxa de Juros Real -
Taxa obtida subtraindo-se o índice de inflação de determinado período da taxa de juros nominal. Ela reflete a correção monetária necessária para compensar a desvalorização da moeda. Um exemplo: se a taxa de inflação é de 9% ao ano e no mesmo período os juros nominais são de 8%, então o resultado é uma taxa de juros real negativa. Isso significa que esta taxa não é suficiente para compensar a desvalorização da moeda.

Títulos Públicos (ou títulos da dívida pública) - Emitidos pelo Banco Central e pelo Tesouro Nacional, são papéis vendidos no mercado para captar recursos financeiros e financiar a dívida pública federal, estadual e municipal. Em troca, pagam taxas de remuneração.

Ufir (Unidade Fiscal de Referência) -
É um índice usado para atualização monetária de tributos e multas.

União Européia (UE) - Bloco econômico formado por 15 países europeus. Em sua área de abrangência não existe apenas uma união aduaneira. Os cidadãos desses países têm direito de livre acesso a qualquer país, sem restrições. Existe, inclusive, a moeda única (o euro). Apesar de não ser usado ainda como forma de pagamento, serve de referência para operações do mercado financeiro e contratos comerciais. Fazem parte do bloco os seguintes países: Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália, Luxemburgo, Dinamarca, Irlanda, Reino Unido, Espanha, Grécia, Portugal, Áustria, Finlândia e Suécia.

Valor - Atributo que confere a qualquer produto a qualidade de bem econômico.

Valor de mercado -
Também definido como valor venal, representa o valor com que determinado produto pode ser comercializado, de acordo com a lei de oferta e procura. Por isso, não tem a ver com o valor real de um produto que incorpora, inclusive, os custos de fabricação.

Viés -
Termo que designa tendência. No Brasil passou a ser utilizado nas reuniões do Copom (Conselho de Política Monetária). Uma vez por mês o comitê divulga a taxa básica de juros (Selic) e seu respectivo viés, que pode ser de alta ou baixa. Neste caso, o viés indica o que pode acontecer com a taxa no mês seguinte.

Volatilidade -
É a intensidade e freqüência de variação de preços de um ativo financeiro ou de índices de uma Bolsa de Valores.

Wall Street - Nome da rua de Nova York onde se concentram a Bolsa de Valores, várias Bolsas de Mercadorias e a sede das mais importantes instituições financeiras dos Estados Unidos.

Para ter acesso ao Glossário completo de termos acesse:

http://www.bcb.gov.br/glossario.pdf.

http://www.portalbrasil.net/economia_glossario.htm

Um comentário:

ComunicAia disse...

É isso aí! Boa indicação de glossário do "economês".